DESCANSO ATIVO: PORQUÊ E PARA QUEM?
Parar é essencial a qualquer treino. Mas como interpretar as exceções de quem descansa ‘ativamente’?
PARA QUE O PLANO DE TREINO seja completo, seguro e garanta os desejados resultados, o descanso é tão essencial quanto o exercício físico em si. E esta ideia tanto é válida para um atleta de topo como para um iniciante. “Esta recuperação deve ser suficiente para manter a performance de treino, mas não demasiado longa para não perder as adaptações necessárias” ao mesmo, começa por apontar Paulo Ah Quin, Regional Master Trainer no Holmes Place. Já Catarina Mendonça, técnica especialista em Exercício Físico e treinadora no 1Fight, em Lisboa, acrescenta que tal descanso é essencial “para que haja uma melhor adaptação aos vários estímulos induzidos no treino, tanto a nível físico como psicológico”. Contudo, nem todos os descansos são iguais e há quem, durante uma semana inteira, não conte com um único dia em que não realize qualquer atividade física. São os casos em que se opta pelo chamado descanso ativo – um conceito que vamos explorar ao longo desta página. Tome nota para tirar todas as dúvidas.
O QUE É O DESCANSO ATIVO?
“É a prática de atividade física de baixa intensidade com o objetivo de assegurar a recuperação das fibras musculares e do sistema cardiovascular sem necessidade de repouso”, diz-nos Catarina Mendonça. Este momento “permite ainda recuperar a musculatura utilizada no treino anterior e potencializar a recuperação psicológica e o desenvolvimento dos caminhos neurais relacionados com os movimentos de treino”, seja através de uma caminhada, corrida ligeira, salto à corda ou bicicleta.
PORTANTO, SEM DESCANSO?
Não! Há casos em que o descanso ativo substitui a pausa passiva com uma eficácia maior para a forma física, como reconhece o Regional Master Trainer do Holmes Place. Mas embora ambas as opções tenham como objetivo a recuperação muscular, “o descanso passivo “em especial o sono, é essencial a muitos mecanismos do nosso corpo como a depuração mental e física, a fixação de vias neurais ou a regulação da pressão sanguínea”, diz Catarina Mendonça. Se olha esclarecimento como uma má notícia, então ainda não tem bem assente os pilares de um estilo de vida saudável: exercício físico, alimentação saudável e descanso. E não há nada que substitua este último ponto.
A DOSE CERTA DE ‘PAUSA’
O tempo de recuperação pós-treino varia de pessoa para pessoa. Ouça o próprio corpo. “Os sinais mais comuns de fadiga acumulada são a falta de força, maior necessidade de recuperação entre exercícios, dor muscular ou menor amplitude de movimentos”, diz o treinador. Ainda, aumento exagerado de sede, redução de apetite, dificuldade em adormecer, alterações no estado de humor, dores musculares persistentes ou estagnação de performance de treino podem ser também sintomas de falta de descanso, atenta Catarina Mendonça. “Caso note algum deles, avise os treinadores para que possam adequar o treino, interromper ou alterar a periodicidade do mesmo”, aconselha.