O USO DE ESTEROIDES NÃO FAZ BEM A NINGUÉM
O ABUSO DE ESTEROIDES é um problema muito real e isso está comprovado cientificamente.
Nos últimos anos, as redes sociais têm contribuído para a idealização de um corpo “perfeito”, criando uma importância exagerada acerca da aparência física. Nesse sentido, a atividade física tem atraído cada vez mais jovens a frequentarem ginásios com o propósito de procurarem o corpo ideal. Mas, para isso, nem sempre se utilizam apenas técnicas de treino, sendo crescente a utilização de agentes ilícitos, como por exemplo, os esteroides anabolizantes e substâncias estimulantes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os esteroides anabólicos “são derivados sintéticos da testosterona, tendo propriedades androgénicas e anabólicas. A sua administração potencializa a síntese proteica e causa a hipertrofia da musculatura esquelética, respostas intensificadas quando combinadas com o exercício de força”. Além da utilização no desporto, os esteroides anabólicos são utilizados em ambiente médico em situações onde é necessária a estimulação da síntese proteica. De acordo com um estudo recentemente publicado no Journal of Internal Medicine, os homens que utilizam esteroides anabolizantes androgénicos - como a testosterona - podem correr um risco mais elevado de morte prematura e de terem mais internamentos hospitalares. Para a pesquisa, 545 homens que utilizaram esteroides anabolizantes androgénicos foram comparados com 5.450 que não tomavam estas substâncias. Durante um período médio de acompanhamento de 7,4 anos, registaram-se sete (1,3%) mortes entre os utilizadores de esteroides anabolizantes androgénicos e 23 (0,4%) entre os participantes no grupo de controlo, o que se traduz num risco de morte três vezes superior associado aos esteroides anabolizantes androgénicos. O número médio anual de contactos hospitalares foi de 0,81 nos utilizadores de esteroides anabolizantes androgénicos e de 0,36 nos controlos. A acne, a ginecomastia e a disfunção erétil afetaram mais de 10% dos consumidores de esteroides anabolizantes androgénicos e a prevalência destas perturbações foi significativamente mais elevada do que no grupo de controlo. “Este estudo demonstrou que os esteroides anabolizantes estão associados a uma série de efeitos secundários que podem ser diretamente atribuídos às suas atividades farmacológicas”, afirmou o autor principal da investigação, Henrik Horwitz, da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.