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Carlos Areia
«Houve momentos em que me distraí de quem mais amo.»
Fez comédia e drama, teatro e televisão, e o seu rosto é conhecido de todos os que acompanharam, durante os últimos 30 anos, séries e telenovelas dos nossos principais canais televisivos.
Pai de duas filhas de casamentos diferentes, diz- se um homem de «grandes paixões», que de «materialismos nunca tirou nada». Talvez por isso considere que os mais de cinquenta programas nos quais contracenou com tantas outras figuras incontornáveis do entretenimento nacional, apenas «o enriqueceram culturalmente». « A família é o que mais importa », afirma Carlos Areia. E aos 73 anos é com esse sentimento que admite «ter tido momentos que se distraiu dos que mais ama, por descuido e nunca por mal» .
Dono de uma voz caraterística mas num tom já não tão alegre como o conhecemos, realça que a vida ensinou- o «a lidar com muitas desilusões. Tanto a nível profissional como pessoal» e que tem vindo a sentir, ao longo dos anos, a «perda de valores como a solidariedade».
Foi sempre num jeito bem humorado que desempenhou qualquer papel, mas a vida trouxe-lhe uma «realidade mais triste» motivada por alguma «ingenuidade de acreditar demasiado nos outros». Reafirma que é para a família e para alguns amigos que está lá «em primeiro lugar», de forma a protegê-los de uma «sociedade cada vez mais agressiva».