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MOCHO OU COTOVIA?
Há ciclos e rimos que funcionam de igual forma para todos – por exemplo, o sono noturno é mais reparador do que o sono diurno. Apesar disso, há diferenças individuais – os cronotipos – que estão relacionados com as diferenças no relógio interno de cada um de nós. Os madrugadores, também chamados de cotovias, acordam cedo, cheios de energia e a manhã é o período do dia em que são mais produtivos, já os noctívagos ou mochos odeiam acordar cedo, nunca têm pressa de ir para a cama à noite e sentem que o trabalho lhes rende mais ao fim da tarde ou à noite. Há ainda uma variedade de pessoas do tipo intermédio, ora com predominância matutina ora com predominância vespertina, sendo este grupo aquele que se ajusta mais facilmente aos horários.
Ou seja, há cronotipos diferentes e, no mundo ideal, as pessoas deveriam poder adaptar os seus horários a esta tendência, mas isso nem sempre é possível. Os noctívagos costumam ser chamados de preguiçosos, já que têm o relógio interno umas horas atrasado em relação àquilo que está socialmente convencionado. Na verdade, um estudo realizado na Universidade de Aachen, na Alemanha, realizou ressonâncias magnéticas a 16 madrugadores, 23 a noctívagos e 20 a pessoas de cronotipo intermédio e descobriu diferenças nas imagens. Os mochos apresentam menos matéria branca (tecido que facilita a comunicação entre as células nervosas), uma situação que tem sido associada à depressão e a dificuldades na função cognitiva – os investigadores explicaram isto através do
jetlag social que estas pessoas sofrem por estarem sempre a contrariar os seus relógios internos para se adaptarem aos horários da maioria. Por esta razão, começa a estar em cima da mesa em muitas empresas uma adaptação de horários, por oposição, a horários iguais para todos. Vários estudos mostraram que quando o período de trabalho está alinhado com os padrões de sono e vigília, a pessoa é mais produtiva, stressa menos, tem menos hipótese de cometer erros e de ter acidentes de trabalho.