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A PROFESSORA DOS POLÍCIAS
No Instituto Superior de Ciências Policiais, onde leciona há vinte anos, torna-se a «professora dos polícias» e ainda hoje é assim conhecida.
Já passaram por mim várias gerações de polícias. Dei Direito da União Europeia a oficiais de polícia. Este curso foi o primeiro curso superior do país com uma cadeira obrigatória de Direitos Fundamentais.
O recurso a armas, por exemplo
– as polícias portuguesas são de confiança?
As polícias têm uma posição ingrata e são criticadas porque disparam ou porque não disparam. As nossas polícias estão sujeitas a regras muito estritas no que diz respeito ao uso de armas de fogo. Sempre que disparam são objeto de processos de averiguações que podem conduzir ou não a processo disciplinar.
Há ou não uma reação muito corporativa?
Não creio. Muitos dos casos de uso abusivo das funções são investigados dentro das próprias polícias e, muitas vezes, sob a direção do MP. Mas como em tudo na vida, há sempre ovelhas negras no rebanho e essas é que são notícia. Temos modelos de policiamento que são exemplo em outros países. De resto, só quem não conhece a realidade lá fora não percebe que as nossas polícias têm um enorme sentido de serviço ao cidadão. E isso devia ser mais valorizado.