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Das pequenas lições num Uber, numa manhã de chuva
Talvez vos possa parecer pouco pa-
Era uma crónica, mas é tanto. Se todos tivéssemos hábitos destes, ninguém precisava de estar preocupado com o futuro do planeta. Era simples e natural - tal como a maioria dos gestos que alguém com consciência ecológica deve ter. No caso do meu motorista, ele fazia-os tendo na lembrança a avó que lavava e secava os lenços do avô com cheiro a lavanda que ela própria produzia da alfazema que crescia no quintal. «Hoje, já ninguém faz Esta semana apanhei um Uber com um motorista peculiar. Era guineense, militar e ecologista. Estávamos a falar da chuva que caía em Lisboa - a potes - e ele contrapôs com um «ainda bem» sem margem para dúvidas, sem mas, ao contrário do meu «ainda bem» banal que trazia imensas reticências. Começou com uma conversa um pouco freak sobre o respeito que devemos à mãe natureza, mas logo seguiu com exemplos pragmáticos explicando-me que usava um balde para recuperar a água do início do duche, que lá em casa a família lavava a roupa nas máquinas das lavandarias low cost,
o que é mais barato e eficiente, que só lavava roupa em grandes quantidades duas vezes por mês e que a restante era lavada à mão, com água muito quente, e posta a secar ao ar. E que o seu maior orgulho era ver hábitos ecológicos replicados na filha.