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DIOGO AMARAL

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Já foi o Ricardo (Morangos com Açúcar, 2003), o Inácio (Vingança, 2007), o Zé Maria (Equador, 2008), o Rafael (Espírito Indomável, 2010), o Gustavo (A Impostora, 2016) – entre tantos outros. Diogo Amaral, de 36 anos, já vestiu muitas peles mas o papel mais importante da sua vida é ser o pai do Mateus, de 3 anos.

Ainda assim, não sabia o que o esperava. «Antes de ser pai tinha uma ideia muito diferente, achei que sabia tudo. Só me caiu a ficha quando me deram um bebé para os braços. Aos poucos, e sobretudo com a experiênci­a, vais percebendo o que tens de fazer.»

Ser pai tornou-se uma aprendizag­em e desafio constantes e foi por isso que criou, em julho de 2016, o blogue Breaking Dad. «Toda a gente sabe que sou um bocado palhaço e gosto de brincar com as situações. É isso que tento fazer nesse espaço que criei. Colocar um grupo de homens a falar de situações caricatas que lhes acontecem todos os dias de forma divertida».

Mas não só. Há também a partilha de atividades, dicas ou dúvidas. «Gosto muito de fazer coisas em papel, de trabalhar o lado prático com o Mateus e estou constantem­ente a pedir ideias novas.» Ainda que o filho seja um tema recorrente, o ator faz questão de preservar a privacidad­e da criança, optando por nunca lhe fotografar a cara.

Sem esquecer que para além de pai, é ator, amigo, filho, colega, Diogo faz questão de desmistifi­car a questão da falta de tempo. «No blogue também falo um pouco da minha vida, do que eu faço normalment­e. Porque há muita gente que diz que quando se é pai,

o resto da tua vida acaba e eu não acredito em nada disso. Não deixo de ser o Diogo porque sou o pai do Mateus. Sou um profundo otimista e acho mesmo que há tempo para tudo.»

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É uma das caras da ficção nacional e tem vindo a protagoniz­ar projetos na televisão desde que se estreou em Sonhos Traídos (2001). As gravações das novelas têm um ritmo alucinante, muitas vezes acima das 12 horas diárias. Gerir esse lado profission­al com o pessoal não é fácil, mas Diogo encara isso com o à-vontade que lhe é caracterís­tico. «Costumo dizer que sou um puto sortudo. As coisas fazem-se desde que trabalhes para isso em vez de pensares que tudo é um fardo e uma chatice.» Ajuda também o núcleo que tem à sua volta. «A minha mãe é educadora de infância, logo é uma grande ajuda. E toda a família é assim.»

A seu favor tem o facto de ter uma «excelente relação» com a ex-mulher Vera Kolodzig, também atriz. «Eu e a Vera trabalhamo­s como uma equipa em relação ao Mateus, que é a nossa prioridade.» Diogo sabe do que fala, é filho de pais separados e sempre manteve laços fortes com ambos. A experiênci­a de cresciment­o mostrou-lhe que é possível esse equilíbrio. O ex-casal optou pela guarda partilhada e a criança passa semana sim,

semana não, com o pai. E, nesse período de tempo, dão largas à imaginação. «Ainda ontem estivemos a fazer asas de papel do Buzz Lightyear durante toda a tarde. Ficaram bem giras.»

Com 3 anos, Mateus já começa a surpreende­r o pai com perguntas inusitadas. «"Porque é que eu tenho esta coisa preta sempre atrás de mim?" Os adultos já não se lembram destas coisas mas as crianças reparam em tudo. Tenho de lhe explicar que é a sua sombra, mas não é fácil», conta a rir.

Viajantes inveterado­s, Diogo e Ve- ra (na altura, ainda juntos) fizeram uma viagem de mais de um mês, em 2015, numa caravana, pelos Estados Unidos. Na altura, o filho tinha apenas nove meses, por isso, o destino e as condições foram tidos em consideraç­ão. «Escolhemos a América também porque tinha infraestru­turas de confiança caso acontecess­e alguma coisa. E andamos pela estrada com a casa às costas, com tudo o que poderíamos precisar.» Ainda que fosse demasiado novo para se lembrar da viagem, a verdade é que Mateus viveu esta experiênci­a com os pais. «As pessoas diziam-me na altura "é uma estupidez, ele nunca se vai lembrar". E eu respondia "não é, porque eu nunca me vou esquecer".»

E porque a estrada já começa a chamar de novo, uma viagem a dois está possivelme­nte para breve. «Tenho muita, muita vontade de fazer uma viagem de pai e filho. Seria espetacula­r! Já disse que sou um sortudo?»

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