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disco grafia FILIPE GARCIA Contra todas as probabilid­ades

- jornalista

A AMBIÇÃO NÃO LHE FICA

Odiagnósti­co chegou à nascença – Michel sofria de osteogénes­e imperfeita, doença que não só o impediria de crescer normalment­e como o condenava a uma vida com ossos tragicamen­te frágeis. Conhecida como a doença dos ossos de vidro, para Michel uma vida normal nunca foi mais que um sonho. A escola seria feita em casa com recursos a professore­s particular­es, assim como a partir dos 4 anos as lições de piano. Num ataque de fúria destruiu o primeiro, de brincar, que o pai lhe oferecera, e só mais tarde, segundo a lenda depois de ter ouvido Duke Ellington, começou as aulas. O piano também não era normal – o pai, guitarrist­a de jazz, adaptara os pedais

para que Michel os conseguiss­e controlar. Petruccian­i morreria aos 36 anos, sem nunca atingir o metro de altura. Todos os ingredient­es para uma vida limitada pelo infortúnio?

O mais novo de três irmãos, um baixista e outro guitarrist­a, aos 13 anos dava o seu primeiro concerto e dois anos depois, em perseguiçã­o de uma carreira na música, contrariav­a o pai para rumar a Paris. Em

1984, com 22 anos, mudou-se para Nova Iorque e à entrada da década de 1990 já atuava mais de cem vezes por ano.

Citado pelo Globo na semana da sua morte, Stephen Hawking reconhecia como missão de vida “a completa compreensã­o do Universo”, algo que garantia não ser tão complexo como nós, comuns mortais, imaginávam­os. A ele, não era tema que o assustasse, nem mesmo depois de aos 21 anos lhe terem reduzido, com um diagnóstic­o de esclerose lateral amiotrófic­a e uma previsão de vida de apenas cinco anos, as “expectativ­as de vida a zero”. Viveu mais 55 anos, começou físico, especializ­ou-se no estudo de buracos negros, acabou como a estrela pop da ciência, tão

estrela que viu a sua história contada em produções cinematogr­áficas de Hollywood.

Jonathan Wilson, ilustre ausente dos tops de vendas, ausência recorrente do topo dos cartazes de festivais de verão, compositor a quem, até agora, assentaria como uma luva o rótulo: saudosista hippie. Agora, a provar que os clichés podem ser contrariar­dos, Wilson, com Rare Birds, o objetivo é claro – quer mais, melhor e maior, aparecer nos rankings para os melhores discos do ano já não chega. Sem singles evidentes, ao quarto disco, Wilson oscila entre as suas costelas mais roqueiras (Trafalgar Square é um dos pontos altos do disco), as sonoridade­s mais pop (Theres a Light) e as baladas (Sunstet Blv) a que sempre dominou regras e segredos. E é na varidade de registos que Rare Bird se torna numa prova evidente da ambição do cantautor. Goste-se ou não dos registos a que agora se lança – sobretudo à sonoridade pop dos anos oitenta que a tanta boa gente tem custado a credibilid­ade –, reconheça-se mais ou menos acerto no produto final, inegável é que Wilson mostra vontade de chegar mais longe – e se não for nas tabelas, será segurament­e na amplitude musical. Até ver, e mesmo que o jogo esteja apenas a começar, já se pode arriscar que Rare Birds chega para cumprir uma das tradições do músico norteameri­cano – estará entre os melhores discos do ano.

POR PAULO CARDOSO WWW.PAULOCARDO­SO.COM

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