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Um pesadelo de 17 dias
Desde que desapareceram até serem todos retirados da gruta passaram 17 dias. A história do resgate dos 12 jovens jogadores de futebol e do seu treinador foi a notícia que dominou os noticiários de todo o Mundo nas últimas semanas. Muito por causa da dificuldade das operações para retirar o grupo da gruta de Tham Luang, em Chiang Rai, no norte da Tailândia, onde a equipa ficou encurralada depois de se lançar numa aventura exploratória a 23 de junho. Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem. O acesso acabou por só ser possível via mergulho,
através de estreitos túneis, com fortes correntes de água turva.
O resgate durou três dias e terminou com êxito. Os 13 seguiram para quarentena no hospital. Mas ninguém esqueceu que a operação resultou numa vítima mortal, o mergulhador Saman Kunan, que, depois de entregar uma reserva de oxigénio a uma das crianças, ficou sem ar para regressar à superfície. O protagonista deste ato heroico tinha 38 anos. Saman era um suboficial reformado que regressou à Marinha tailandesa especificamente para ajudar na operação. Uma perda que sublinhou, se tal fosse preciso, os riscos corridos durante o resgate.