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Licença para descansar

Parece uma simples peça de vestuário, mas tem ganho espaço noutras áreas. Basta vestir o pijama e dar largas à imaginação.

- Cláudia Pinto POR

Nestes dias chuvosos de outono ou de inverno antecipado, não lhe apetece passar o domingo de pijama? Apesar de ser utilizado para dormir, desfrutar dessa peça de roupa tão acolhedora enquanto lê, por exemplo, a “Notícias Magazine” pode ser uma boa opção.

A origem do pijama é uma incógnita. Encontram-se referência­s à Índia, nos séculos XIX e XX, mas há quem recue ao século XVI para afirmar que foi na Europa que ele surgiu. A palavra, de origem hindu “pajama” e que tem como tradução livre “roupa para as pernas”, remete para a nobreza na Inglaterra, que começou por usar camisolas de lã, do pescoço aos pés, com mangas compridas, ao final do dia, momento em que já se podia relaxar. Os tecidos, considerad­os raros, vinham da Pérsia e os primeiros modelos, sem grande originalid­ade ou beleza, foram evoluindo ao longo dos tempos. Não demorou a que a “moda” fosse espalhada aos outros continente­s.

Por volta do século XVIII, os pijamas começaram a aproximar-se daquilo que todos usamos atualmente: calça e casaco ou camisola. Na primeira metade do séc. XX, os pijamas – de flanela ou seda, de diversos modelos, com xadrez ou estampas diversific­adas – começaram a ganhar destaque. A estilista Gabrielle Coco Chanel foi uma das responsáve­is pela mudança de paradigma quando, em 1920, lançou uma coleção de calças de flanela para mulheres, o que até então só era usado por homens. A polémica estava instalada. Já na década de 2000, estilistas como Louis Vuitton, Lanvin, Stella Mccartney e Salvatore Ferragamo inspiraram muitas das suas coleções nos pijamas.

A peça popularizo­u-se e acabou por ultrapassa­r as fronteiras do vestuário. O pijama tem sido o mote de diversas histórias infantis como, por exemplo, “A festa de pijama do Martim”, do inglês David Melling, em que a história gira em torno de um adorável urso (Martim), que é protagonis­ta de vários livros do autor. Ainda no mundo literário, destaque para uma iniciativa que acontece em abril nas Biblioteca­s Municipais de Oeiras. O “Pijama às Letras” convida crianças, dos três aos dez anos, e os familiares a dormir na biblioteca e a passar uma noite bem diferente.

Mais recentemen­te, as festas do pijama entraram na vida das famílias. De quando em vez, os pais organizam uma noite especial para os filhos e respetivos amigos. Uma forma de a criançada passar a noite toda junta e, claro, de brincar até o sono chegar.

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