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UNIVERSO DISNEY EMPRESTA DIVERSÃO AO GUARDA-ROUPA DOS MAIS CRESCIDOS
O Mickey faz 90 anos, mas outras estrelas da animação juntam-se à festa que anima a moda nesta estação. Da “fast fashion” às marcas de luxo, os bonecos já não se limitam ao público infantil e animam o vestuário dos adultos.
A tendência vem de outras estações e volta este outono-inverno em grande força. Falamos da roupa e outros acessórios para adultos inspirados no mundo da Disney, numa altura em que o Mickey celebra 90 anos. Mas não é só o famoso rato dos desenhos animados que estampa as peças da moda: há propostas com outras estrelas nas montras e nos centros urbanos de todo o mundo.
Das marcas “fast fashion” às mais luxuosas, são muitas as que despertam a criatividade dos mais crescidos, numa demonstração clara da “democratização da moda e da procura de elementos divertidos na construção de looks”. Assim reconhece a consultora de moda Raquel Guimarães, notando que “a sua utilização pode ser versátil e transversal aos diferentes tipos de estilos”. Para isso, “basta usar os truques de styling certos”. Para a especialista, combinando sapatilhas com t-shirts, hoodies (blusões com capuz) ou sweatshirts obtém-se um “estilo mais sporty ou ‘athleisure’ [mistura de desportivo e lazer]”. Além disso, “são excelentes estratégias para a desconstrução de um look mais clássico”. Tal acontece se se juntar, por exemplo, “uma t-shirt a um fato (quer feminino, quer masculino) com sapatilhas”. Responsável pela comunicação e marketing das lojas D’adélia, Bárbara Marinho reconhece que as pessoas “acham piada” aos bonecos nas roupas, tendo “clientes mais jovens, na faixa dos 20 anos, mas também de 50” à procura de determinadas peças. Fora da Disney, o urso Teddy da Moschino continua a ser objeto de desejo, embora a grife italiana seduza agora os mais atrevidos com a recente colaboração com a H&M. A coleção cápsula foi posta à venda este mês e combina cultura pop e de rua com logótipos e, claro, os protagonistas dos desenhos animados em destaque. E a verdade é que, como sublinha Raquel Guimarães, “mesmo no estilo mais rock and roll, desde que com a proporção certa de cores mais escuras, estes elementos possuem ‘free pass’”.
Atualmente, “as pessoas têm menos medo de arriscar”. Isto porque “veem as ‘influencers’ nas redes sociais e também querem usar o que elas exibem”, nota Bárbara Marinho que, à boleia do trabalho, viaja com frequência e é presença assídua nas principais semanas de moda internacionais. E a ordem é mesmo para ousar, pois “nada é proibido quando imprimimos na imagem que projetamos traços divertidos e característicos da nossa personalidade”. O conselho é de Raquel, que apenas adverte contra o uso “em contexto profissional formal, por não se adequar”. Mas restam muitas outras horas para animar.