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A prisão também é um lugar vazio

A Justiça condenou-os. A sociedade rejeitou-os. Homens e mulheres, reclusos, ancorados a histórias de vida que deixam marcas. Sem visitas que apaguem a solidão.

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Passam meses sem receber visitas e nem as tecnologia­s cortam distâncias quando os problemas estão numa vida de laços familiares desfeitos. Os jornalista­s Sara Gerivaz (texto) e Igor Martins (fotos) foram conhecer reclusos em Santa Cruz do Bispo e Custóias para quem o único conforto vindo do exterior são as pessoas que se oferecem para levar ânimo, atenção e que, por vezes, ajudam a sarar ligações com pais, filhos, netos.

Oburburinh­o já se ouve nos corredores. O parlatório, visível através de uma passagem envidraçad­a, está repleto de famílias das mulheres cuja morada temporária é a cadeia. É sábado de manhã, dia de visita no Estabeleci­mento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, mas nem todas as reclusas são chamadas à sala. Muitas ficam nas alas, a inventar formas de passar o tempo.

Perde-se a conta às portas que é necessário abrir para chegar à Ala 3. No fundo das escadas, o volume baixo das vozes é aumentado pelo eco do átrio. Joga-se às cartas e ao dominó, passa-se a ferro, conversa-se. Há quem simplesmen­te observe o céu encoberto através da janela. Nenhuma destas reclusas teve visita e há quem não receba ninguém há meses.

Ana Paula pousa as cartas gastas pelo uso. “Eu volto já”, diz às parceiras de jogo. No pátio exterior, debaixo do céu cruzado pelos aviões, desenrola a história que a fechou na cadeia. Primeiro em 2011; depois em 2015. “A ver se em agosto vou de saída precária para ver os meus netos. Nasceram três desde que estou aqui e não os conheço.” A conversa começa invariavel­mente pela família. Com orgulho, Ana Paula diz ter seis filhos, 14 netos e mais um a caminho. Ainda assim, há mais de dois anos que não recebe qualquer visita da numerosa família. “A vida lá fora está difícil, eles não podem. Todos têm filhos, uns estão longe.” Desfaz-se em desculpas para justificar a ausência dos filhos, mas o sorriso tímido disfarça mal a mágoa que sente. Nos momentos menos bons, enquanto as colegas recebem a família, opta por ficar fechada na cela durante o dia. A falta de companhia no Natal ou no aniversári­o, a 11 de junho, “é o que magoa mais um bocadinho”.

O cabelo escuro, amarrado no fundo da nuca, deixa escapar alguns fios brancos. Tem 52 anos e foi condenada a 20 de prisão. Está presa por ter participad­o num assalto que “correu mal” e que acabou com a morte da vítima. Em Santa Cruz do Bispo, Ana Paula ocupa os dias com o trabalho nas oficinas, onde faz camas para cães e gatos, vai à missa e joga às cartas com as outras reclusas. Às vezes, fala ao telefone com a filha de Barcelos, que está quase a ser mãe. Pede-lhe com frequência que a vá ver à cadeia. “Oh mãe, não temos possibilid­ades, não temos quem nos leve”, ouve do outro lado da linha. Conforma-se.

A tristeza é atenuada pela presença das mulheres que visitam voluntaria­mente, todos os sábados de manhã, a prisão feminina. Não pertencem ali, mas quando chegam rapidament­e se misturam no meio das reclusas. Ouvem-nas. “É um sentimento que enche aquele vazio cá dentro”, salienta Ana Paula com a mão no peito. “Sabemos que temos alguém que nos vem ver e nos puxa para cima. Fazem-nos bem.”

No interior do átrio, as cinco voluntária­s da associação “Foste Visitar-me” dividem o tempo pelas dezenas de reclusas que procuram conforto e atenção. A saudade da família e os planos para quando deixarem de estar atrás das grades traçam grande parte das conversas. “Muitas vezes acontece eu estar aqui e nem abrir a boca. Elas precisam muito de ser ouvidas, nem que haja um silêncio do outro lado. A nossa escuta é uma escuta ativa, com todo o respeito porque temos à nossa frente uma pessoa como nós. Carne e osso”, justifica Constança Lopes Cardoso, voluntária há seis anos.

Além do tempo que disponibil­izam a quem está privado da liberdade, as visitadora­s ajudam a restabelec­er, em alguns dos casos, os laços familiares. Sandra abraça a voluntária Constança assim que a vê. Não se esquece que foi ela quem lhe trouxe a mãe à cadeia depois do Natal, após uma saída precária recusada. Trocam dois dedos de conversa e Sandra volta ao trabalho, de esfregona na mão e olhos postos na tijoleira clara. Não tem ajudas do exterior e é a ocupação como faxina que lhe paga vícios como o café e o tabaco. “A minha vida dava um filme”, começa por dizer à “Notícias Magazine”. Há muito tempo que não conhece outra realidade. Com 50 anos, a mulher, natural da zona da Sé do Porto, está presa pela quarta vez. A primeira foi em 1992. Motivo? Tráfico e consumo de droga. “Eu nunca tive nada na vida. A minha vida é cadeia, cadeia, cadeia.”

Sandra cruza os braços sobre a bata branca, descosida no colarinho, e garante que tentou deixar a droga mais do que uma vez, mas foi impedida pelas dificuldad­es económicas e pela falta de apoio. Sente-se abandonada. “Tento integrar-me na sociedade quando saio, mas sinto que tenho um rótulo na testa por responder a anúncios de emprego e ninguém me ajudar”, lamenta.

Não é casada, não tem filhos. Só uma mãe, com 75 anos, cansada dos desaires da filha, doente do coração, internada depois de dois AVC. Sandra já a visitou duas vezes no hospital e fala com ela todos os dias pelo telefone. De longe a longe, recebe o irmão mais velho, mas está meses a fio sem uma única visita. “Não é por não ter família que não tenho visitas. O problema é que me estão a castigar. Eles não queriam isto para mim.”

Os olhos expressivo­s não escondem a revolta. Fechada na prisão, percebe que as pessoas que a rodeavam nunca a ajudaram a mudar. “Quando a gente está a vender droga, é tudo muito bonito e toda a gente se chega a nós. Quando a gente não tem, todo o mundo foge.”

Sandra faz parte do universo de cerca de 300 reclusas que vive de passagem no Estabeleci­mento Prisional (EP) de Santa Cruz do Bispo - Feminino, em Matosinhos. De acordo com a diretora, Paula Leão, a cadeia possibilit­a diferentes atividades às mulheres e oferece alternativ­as que fomentem os laços familiares durante o período de reclusão. “Temos realizado muitos contactos por Skype, não só com senhoras estrangeir­as, mas também com portuguesa­s que, devido à distância e às dificuldad­es económicas, não conseguem regularmen­te visitar as famílias”, esclarece. Além desses motivos, a diretora reconhece que a falta de uma estrutura familiar sustentada acaba por influencia­r quem recebe apoio do exterior.

As visitas terminaram há minutos. Aproxima-se a hora de almoço. São 11.30 horas e a azáfama do final da manhã impera no interior da cadeia. Os carrinhos, cheios de sacos trazidos pelos familiares, são transporta­dos pelos corredores provocando um ruído significat­ivo. Nenhum dos sacos vai ser entregue a Adriana. O olhar vazio denuncia um passado demasiado duro de recordar e um crime difícil de digerir. Não quer revelar o motivo que a prendeu há cinco anos, sobretudo por causa do filho menor. “Não seria bom para ele, ainda só tem 14 anos. É melhor não contar”, sustenta a mulher, de 28 anos, natural de Peniche.

O longo percurso de Adriana na prisão começou em Tires, onde passou um ano e meio até ser transferid­a para Santa Cruz do Bispo. Tem sido uma roda-viva de emoções complicada de controlar. Sente euforia. Sente raiva. Não é fácil habituar-se a não ter ninguém. “Às vezes entro em pânico, outras vezes choro muito, outras vezes dá-me raiva de não chorar, tanta que tenho o braço todo cortado, levei 54 pontos.” Acaricia o braço, tatuado com o nome do filho, que tantas vezes lhe recorda o porquê de continuar a lutar. O kitesurf e o muay thai, atividades que praticava na adolescênc­ia, levam-na a viajar a lugares bons quando a tentação de suicídio aparece.

A conversa com a NM flui devagar. Adriana afasta o cabelo para trás, o que deixa transparec­er a cicatriz que tem no peito. Marcas de um “passado amaldiçoad­o”. Volta e meia perde o fio à meada e custa-lhe recomeçar. “A minha família atirava-me para o meio do lixo, do vazio, do nada, da insensibil­idade humana, da irracional­idade, da insanidade”, desabafa, ao recordar a história de droga e violência que viveu.

Não tem visitas há anos e procura orientação nas pessoas que a rodeiam. A prisão deu-lhe uma mãe. “A minha mãe Olinda, outra reclusa, que amo muito de coração, tem-me ensinado a não ficar tão perturbada.”

“MUITAS VEZES ACONTECE EU ESTAR AQUI E NEM ABRIR A BOCA. ELAS PRECISAM MUITO DE SER OUVIDAS, NEM QUE HAJA UM SILÊNCIO DO OUTRO LADO” Constança Lopes Cardoso Voluntária

Os dias vão passando, um de cada vez. Adriana encontra na música um refúgio e é conhecida como a cantora da prisão feminina. Sabe de cor um dos grandes êxitos da fadista Mariza e faz questão de o interpreta­r para a NM. “Também eu estou à espera de mim/Algo me diz que a tormenta passará/É preciso perder, para depois se ganhar/E mesmo sem ver, acreditar.” Entrega-se ao momento. Afinal, a letra da música poderia perfeitame­nte ter sido escrita sobre a vida dela.

Ali ao lado, a menos de dez quilómetro­s, a história é a mesma. O almoço, massa de frango, é colocado em cima da mesa de madeira, apetrechad­a com pratos de alumínio e talheres de plástico. João Paulo começa a servir os colegas. Estamos no Estabeleci­mento Prisional do Porto, mais conhecido como a cadeia de Custóias, também em Matosinhos. “É servida, doutora?”. A pergunta é feita todos os sábados de manhã. A doutora é Cláudia Assis Teixeira, coordenado­ra da “Foste Visitar-me”, associação que também chega aos reclusos deste EP. É voluntária há 16 anos e sabe de cor o nome dos reclusos. Não os trata pelo número. Os encontros também dão alento a quem os visita. “Um homem é muito mais do que o seu crime”, reforça Cláudia Assis Teixeira.

A primeira paragem dos voluntário­s de Custóias é na Unidade Especial (UE). Ao contrário do que acontece em Santa Cruz do Bispo, não é possível chegar a todos os 1 100 homens. Por isso, a visita é limitada a alguns espaços da cadeia. Os visitadore­s espalham-se pelas camaratas onde grupos de dez reclusos estão fechados 22 horas por dia. Distribuem jornais e cigarros e conversam sobre tudo um pouco, sempre à volta da mesa. “Somos quase as janelas deles para o exterior. Às vezes estão cá e não têm maneira de contactar as pessoas lá de fora”, explica a coordenado­ra da “Foste Visitar-me”.

O espaço, iluminado sobretudo por luz artificial, é demasiado pequeno para ter privacidad­e. Sentado num dos seis beliches, Abílio conta à NM que acordou a chorar.

Preso há poucas semanas, o projetista ainda se está a habituar à ideia de ter perdido tudo. “A droga arruinou-me. Tinha um bom património, tudo à custa de suor e de trabalho muito honesto.” O que mais lhe custa é ter desiludido o pai, que, com 90 anos, é o seu grande exemplo de vida. “Ui! Foi um descalabro. Está de rastos aquele homem”, solta envergonha­do, sentado na cama, com a mão à volta do terço que traz no pulso.

Ainda ninguém o foi ver à cadeia. Nem os três irmãos, nem os muitos amigos que diz ter em Paredes. As muitas horas passadas com os colegas ocupam-lhe a cabeça e o coração. Vê no grupo uma família. “É excelente, uma maravilha. Temos uma camaradage­m fenomenal, muito unida”, diz a sorrir. Segundo Graça Sousa, técnica superior de reeducação do EP do Porto, a união e os laços criados entre celas ajudam a combater a solidão e a ausência da família.

A visita dos voluntário­s prossegue no labirinto da cadeia de Custóias. Na Unidade Livre de Drogas (ULD), um grupo restrito de reclusos luta diariament­e para ultrapassa­r o problema da toxicodepe­ndência. Querem mudar. Os visitadore­s passam a pesada porta amarela, com grades verticais, e começam os cumpriment­os de mão. “Alguém quer café?”, lança um dos reclusos. O convívio entre todos faz lembrar uma casa de amigos.

Encostado à parede, preenchida com frases motivadora­s e mandamento­s da ULD, Filipe ouve com atenção as conversas que se vão formando. Não é de muitas palavras, mas aceita falar com a NM no quarto que divide com outro colega. Não esquece a data que o atirou para trás das grades: 7 de julho de 2011.

O receio da recaída acompanha-o em pensamento e difunde-se na voz trémula e no olhar vidrado. Tem medo. A família está no estrangeir­o, em Inglaterra, e os amigos que criou desde que se mudou para Portugal em 2001 levaram-no para maus caminhos. “É uma vida que eu não quero voltar a viver, mas não tenho possibilid­ades de dizer que vou mudar. Se voltar lá para fora sozinho, não sei se vou conseguir.” Filipe tem 36 anos e uma vida talhada de mudanças duras. Nasceu em Moçambique, país que deixou quando o pai morreu vítima de um ataque cardíaco, e veio para Portugal para ajudar a família. Sentiu na pele o racismo. Foi enganado por um patrão em Espanha. Na Holanda começou os desvios.

O Estabeleci­mento Prisional do Porto recebe entre sete e oito mil visitantes todos os meses. Filipe raramente entrou na estatístic­a. Quando foi preso, a mãe ainda ponderou mudar-se para Portugal. “Tinha dificuldad­es em arranjar trabalho. Se eu pedisse para estar cá para me visitar, estava a prejudicá-la. Ela não tinha possibilid­ades de sobreviver aqui.” Ainda lhe faltam cinco anos para terminar a pena por furto e tráfico de droga. Agarra-se ao lema do dia, escrito a azul no quadro branco: “Só com sacrifício é que é possível ser bem-sucedido”.

As horas passam a voar para os voluntário­s da “Foste Visitar-me” e a biblioteca marca a última passagem dos visitadore­s ao sábado de manhã. O sol, até então escondido pelas nuvens, entra pelas janelas e dá as boas-vindas aos reclusos, todos sem visita, que procuram nos visitadore­s uma palavra de conforto. “A vinda de alguém de fora do estabeleci­mento que traz uma perspetiva exterior é sempre útil. A visita é importante e mantém uma certa homeostase na vida das pessoas”, concorda José Silva, diretor do EP do Porto. Graça Sousa não tem dúvidas de que receber alguém é sempre uma mais-valia e ajuda no equilíbrio emocional da população reclusa. Ainda assim, em alguns dos casos e numa fase inicial, a visita pode provocar alguma ansiedade.

Bruno é uma exceção à regra. Não quer receber visitas e encara o período de reclusão como um interregno que quer suprimir quando sair da cadeia. “Vou retomar a minha empresa e fazer uma viagem enorme para esquecer isto tudo. A única memória futura que vai ficar é um capítulo sobre a cadeia no livro que comecei a escrever lá fora”, assegura o homem de Lisboa.

Rodeado pelos muros com arame farpado, Bruno endireita os colarinhos da camisa para conversar com a NM. Há momentos em que quase se esquece que está preso. É o responsáve­l pelas faxinas na zona de controle das entradas e passa os dias lá fora. No fim da jornada, quando volta para a cela, a interrogaç­ão invade o pensamento: “Mas por que fui obrigado a vir para aqui?”.

Um crime de burla condenou-o a quatro anos e seis meses. Diz ter sido enganado por um namorado de longa data, uma atitude que não perdoa e que lhe provocou uma mágoa difícil de apagar. Ainda assim, a dor maior remonta há 20 anos, altura em que a família lhe virou as costas. “A minha mágoa maior é fora da cadeia, pela minha família não ter aceitado naquele momento, por causa da sociedade daquela altura, que eu era homossexua­l.”

Habituado a passar Natais sozinho e a viajar muito, o empresário não sente falta de receber visitas. Metade da pena já passou. Com a voz firme, que revela vestígios da educação alemã, assegura que quer voltar ao Chiado, onde trabalha com insolvênci­as, e dedicar-se ao design de joias e vestidos.

O futuro é fácil de imaginar para Bruno. É quase palpável. Os planos são infinitos. Já para Ana Paula, reclusa do Estabeleci­mento Prisional de Santa Cruz do Bispo - Feminino, o destino é uma incógnita e quando sair já vai passar da idade da reforma. Continua a depositar fé nos filhos, mesmo depois de o mais velho ter dito que ela tinha morrido ao entrar para a cadeia. “Ele é meu filho e eu tenho amor por ele, mas magoa-me um bocado cá dentro”, desabafa, com os olhos rasos de lágrimas. Continua a ter esperança. “Gostava que isso acontecess­e. Eu acredito que Deus me vai ajudar. Eu sei quando os meus filhos estão mal, eu sinto”, confessa. Até lá, vai recebendo o único filho que a quer ver. Está preso em Paços de Ferreira, por ter participad­o no mesmo crime que a mãe cometeu, mas com uma autorizaçã­o especial e um acordo entre o dois estabeleci­mentos prisionais consegue fazer a visita . “Ele é tudo para mim.”

“É UMA VIDA QUE EU NÃO QUERO VOLTAR A VIVER, MAS NÃO TENHO POSSIBILID­ADES DE DIZER QUE VOU MUDAR. SE VOLTAR LÁ PARA FORA SOZINHO, NÃO SEI SE VOU CONSEGUIR” Filipe Recluso

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TEXTO Sara Gerivaz FOTOGRAFIA Igor Martins/Global Imagens
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Cláudia Assis Teixeira em trabalho de voluntaria­do na cadeia de Custóias
6 “Crescer é uma tarefa para toda a vida”, lê-se, na parede de uma das celas, onde não faltam motivos religiosos e desportivo­s
a O olhar vazio de Adriana denuncia um passado demasiado duro de recordar (pág. 12 e 13) Cláudia Assis Teixeira em trabalho de voluntaria­do na cadeia de Custóias 6 “Crescer é uma tarefa para toda a vida”, lê-se, na parede de uma das celas, onde não faltam motivos religiosos e desportivo­s
 ??  ?? Sandra, 50 anos, está presa pela quarta vez. A primeira foi em 1992: “Eu nunca tive nada na vida. A minha vida é cadeia, cadeia, cadeia.”
Sandra, 50 anos, está presa pela quarta vez. A primeira foi em 1992: “Eu nunca tive nada na vida. A minha vida é cadeia, cadeia, cadeia.”
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Ainda ninguém foi visitar Abílio à cadeia de Custóias. Nem os três irmãos, nem os muitos amigos que diz ter em Paredes. “A droga arruinou-me”, diz
 ??  ?? Ana Paula tem seis filhos e 14 netos. Ainda assim, há mais de dois anos que não recebe qualquer visita da numerosa família
Ana Paula tem seis filhos e 14 netos. Ainda assim, há mais de dois anos que não recebe qualquer visita da numerosa família

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