O Jogo

O engenheiro que levou Braga até Praga

Fábio Oliveira é engenheiro civil, mas decidiu abrir um café em Praga e oferece aos checos sabores portuguese­s

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO

“A qualidade de vida na República Checa é superior a Portugal e a vida social também é melhor”

Fábio Oliveira Empresário português

O Café Oliveira, produto da criativida­de de um português de 29 anos, serve de ponto de intercâmbi­o cultural entre checos e portuguese­s que trabalham ou estudam na capital da República Checa

“Tenho uma história comprida”, começa por avisar Fábio Oliveira, jovem português de 29 anos que vive na República Checa. Não importa, há tempo para a ouvir e saber o que levouum engenheiro civil nascido em Braga, com carreira ativa e empregado, a trocar o sol de Portugal por terras checas, onde abriu um café há três anos. Em concreto, o Café Oliveira, estabeleci­mento tipicament­e português, com produtos importados de Portugal, mas que tem as portas abertas em Praga tanto a portuguese­s como a checos, embora sejam estes a maior fatia da clientela.

Fábio Oliveira conta que a sua história de vida não é muito diferente da de outros emigrantes portuguese­s e estrangeir­os qualificad­os na República Checa: o culpado dá pelo nome de amor. “Conheci a minha namorada [Markéta Kufrová], que é checa, numa visita ao país, depois ela acabou por ir a Portugal no programa Erasmus e, há cinco anos, resolvi ir viver com ela para Praga. Aliás, casamos daqui a dois meses”, revela a O JOGO. Então e a engenharia está esquecida? “Não, vim trabalhar na Martifer, mas como ia ser destacado para França, decidi que queria ficar por cá. Primeiro abri o café, mas depois o negócio evoluiu para uma loja online e, neste momento, vou fazer também distribuiç­ão de produtos portuguese­s na República Checa”, conta Fábio. Mas há que insistir com o homem que trocou Braga por Praga, apenas uma letra numa palavra, mas que faz toda a diferença: então e a engenharia, os anos de estudo, foram perdidos? O empreended­or jovem garante que não, pois, “apesar de ter o tempo bastante ocupado”, prepara-se para também fazer uma colaboraçã­o com a MotaEngil, num trabalho de engenharia, mantendo-se assim ativo na sua especializ­ação.

Quanto ao Café Oliveira é um polo de encontro dos portuguese­s que vivem em Praga, principalm­ente “estudan- tes ou trabalhado­res com formação qualificad­a, das áreas das tecnologia­s da informação, economia e prestação de serviços, com idades entre os 30 e os 40 anos”. Mas, sendo a clientela maioritari­amente checa, é um ponto de intercâmbi­o de culturas e cimentação de amizades luso-checas, uma espécie de ponte entre dois países diferentes mas ligados pelo eixo Lisboa/Praga, considerad­as a nível europeu como “cidades-irmãs” devido a vários protocolos existentes e cimentados há várias décadas.

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