O Jogo

Como “esvaziar” trinta metros

-

Pode parecer uma contradiçã­o mas, é mesmo assim: Quanto mais arriscado for o sistema que o treinador monte, menos, os jogadores... arriscam. Pela simples razão de que obrigados a moverem-se, coletivame­nte, a partir de posições distintas, a reação mais natural, para não cometerem erros, é não saírem das suas zonas. Ou seja, a defender, para não se meterem em problemas que não são seus (porque as dobras não estão rotinadas) e, a atacar, por falta de rotina nos novos movimentos ofensivos pedidos. Foi, neste último caso, a opção de jogar sem ponta de lança e meter antes dois avançados móveis soltos (CoronaBrah­imi). De repente a equipa “encurtava-se”... 30 metros. Continuava a querer projetar os laterais mas quando lhes queria meter a bola não descobria linhas de passe porque eles estavam marcados. Continuava a pedir, tal como costuma fazer o ponta de lança, que os dois avançados móveis recuassem para receber em apoios, mas quando estes o faziam juntavam-se aos médios e então ficava a “equipa curta” sem presença nos últimos 30 metros do relvado. A forma como esta eliminação sucedeu nestes dois jogos (Dínamo, casa, Chelsea, fora) é criticável, mas é prematuro fazer um balanço à eraLopeteg­ui no FC Porto estando a sua segunda época ainda a meio. O bloqueio da equipa nos grandes momentos, incapaz de dar “boas respostas” táticas coletivas (que condiciona­m as individuai­s) é, porém, cada vez mais um dado adquirido. Restam alguns grandes clássicos internos.

Pode parecer uma contradiçã­o mas quanto mais arriscado for o sistema que o treinador monte, menos em campo os jogadores... arriscam.

 ??  ?? Brahimi sentiu falta de apoio em Londres
Brahimi sentiu falta de apoio em Londres

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal