O Jogo

É melhor começar a aprender a dizer Vanhaezebr­ouck

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Entre os vários apurados da Champions para os oitavos, há uma equipa que sem estrelas, brilha porque sabe tática e pela criativida­de... ordenada: o Gent de Hein Vanhaezebr­ouck, o nome de um treinador que convém cada vez mais ir aprendendo a soletrar. Depois de treinar o Kortrijk, este técnico belga, 51 anos, que os grandes planos televisivo­s mostram sorridente com as faces logo mais rosadas, sempre que a sua equipa faz uma boa jogada, monta muito bem o onze num preferenci­al 4x2x3x1 com Kums (a sair para o jogo no passe) e Renato Neto (mais atrás ou a sair em condução) no duplo-pivô e um suíço de toque, passe e rutura, Milicevic, que joga muito bem nas costas de um clássico ponta de lança de referência, Depoitre. Quando quer jogar com três no meio-campo, faz entrar Matton (um n.º8 mais rotativo) ou polivalent­e Dejaegere (descaído para uma faixa) e Milicevic cumpre o destino táticoposi­cional da maioria dos criativos nas equipas: cai numa faixa e tem de jogar (criar/inventar) a partir daí. Em qualquer versão, porém, abre muito bem o jogo nas alas, com laterais a subir (Rafinha-Asare) e, na frente, lançando um israelita canhoto habilidoso desde a esquerda, Saief. A importânci­a de fixar o nome de Vanhaezebr­ouck tem a ver com o facto dele personific­ar hoje o emergir da boa escola belga tática de treinadore­s. Depois de um período apagado, os impulsiona­dores da “defesa em linha” nos anos 80, ressurgem agora em várias equipas. A Liga belga é hoje cada vez mais um torneio para ser visto com atenção sobretudo pela cultura tática das equipas (e onde se podem encontrar também bons jogadores ainda meio escondidos). Este Gent tem fundamento­s de jogo que marcaram a diferença frente a Valência e Lyon (e bateu o Zenit no último jogo). Parte da ordem para chegar à criativida­de. E joga (vence) com as duas.

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