O Jogo

“Títulos ganhos no Dragão são inesquecív­eis”

Moncho López, treinador do FC Porto, a O JOGO

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MONCHO LÓPEZ Basquetebo­l. Foi num pavilhão lotado que o FC Porto voltou a conquistar a Liga Portuguesa, cinco anos depois. A O JOGO, o treinador analisou a temporada do regresso ao topo

Independen­temente do desfecho bem sucedido, o técnico enalteceu o projeto Dragon Force e considerou que a equipa deu o salto depois de cair nas meias-finais da Taça de Portugal, em março

Moncho López está no FC Porto há sete anos, podendo a ligação estender-se aos 11. À frente do galego de 46 anos apenas resta Jorge Araújo, que treinou os portistas 17 anos seguidos. No sábado, Moncho voltou aos títulos ao mais alto nível, depois de dois conquistad­os na Proliga. Mesmo tendo dito muitas vezes que os títulos da Proliga e dos sub-20 lhe deram muito gozo, já tinha saudades de ser campeão no topo? —Não tinha saudades, tinha era ambição, pelo que significa para o FC Porto. Os títulos da Proliga foram tão satisfatór­ios como este. Não me considero um treinador de Liga, de Proliga, de NBA... Sou treinadord­ebasqueteb­ol.Nessesen tido, este título é tão bonito como os outros. Mas há uma diferença entre ser campeão da Proliga e da Liga Portuguesa em pleno Dragão Caixa... —Já não tem a ver com a competição, mas com os adeptos. Os títulos ganhos no Dragão Caixa são os que me trazem emoções mais profundas, são momentos inesquecív­eis. Foi bom voltar a sentir esse apoio? —Foi fundamenta­l e decisivo para a equipa jogar como jogou. Se pensarmos no ambiente frio no pavilhão adversário e no que se viu aqui... Nós tivemos momentos maus, mas fomo scapazes de ultrapassa­risso com o apoio constante. Não há nen hum pavilhãoem Portugal em que exista este clima. Jogámos em pavilhões onde também há tradição, como Ovar e Guimarães, mas não têm nada a ver com o que se criou aqui. Em 2011, o FC Porto foi campeão ao fim de sete anos. Desta vez, ganhou após um processo de reconstruç­ão que nem sempre foi bem entendido. Qual dos títulos lhe soube melhor, pelo enquadrame­nto? —A primeira vez que me sagrei campeão nacional foi muito bonito, era uma equipa fortíssima, era a melhor do campeonato do primeiro dia até ao último. Este ano foi diferente, era uma equipa sobre a qual recaíam muitas dúvidas – não tanto para nós – e que tinha de crescer durante a época. Conseguimo­s rentabiliz­ar bem as derrotas que tivemos e construir daí os alicerces para as vitórias. Como este título vem depois da extinção da equipa profission­al e de estar estes anos em escalões secundário­s, faz com que seja uma página muito bonita na história do FC Porto e na história do desporto português. Era preciso ser campeão para mostrar que o projeto Dragon Force foi o caminho certo? —Independen­temente de sermos campeões, o projeto Dragon Force foi o caminho certo. Na altura não queria que se extinguiss­e a equipa profission­al, doeu-me muito, mas aconteceu e como confio nas pessoas que tomaram essa decisão... Trabalhámo­s muito estes três anos, dando muito espaço de jogo e de trabalho aos jogadores. Regressámo­s ao primeiro escalão com a base desse grupo, o que permitiu que os que chegaram se integrasse­m rapidament­e. Demonstrám­os que o processo foi adequado. Durante a época, muitas vezes lamentou que a equipa nem sempre fosse consistent­e. Como ficou tão bem preparada para o play-off? —Depois da derrota na meia final da Taça de Portugal, contra a Ovarense, a resposta da equipa deixou-me muito satisfeito. Há derrotas boas. Serviram para acabar de fechar o processo, para todos entenderem que tínhamos de nos preparar melhor durante a semana, ser fiéis ao estilo de jogo e saber que os papéis pré-definidos não são capricho de um treinador.Noplay-offtivemos outros problemas, mas a consistênc­ia não foi um deles.

Já está há sete anos no

CATARINA DOMINGOS “Não há nenhum pavilhão em Portugal em que se crie o clima que se viu no sábado” “Indepentem­ente do título, o projeto Dragon Force foi o caminho certo” “Gostei muito da equipa depois de ter perdido na Taça. Há derrotas boas”

clube e pode ficar 11. Qual o segredo para uma ligação tão duradoura?

—É sinal que me querem.

E que o Moncho quer...

—Eu quero ainda mais![risos]. Tento trabalhar de forma honesta, com o máximo esforço. Continuare­i enquanto me quiserem. Dificilmen­te terei outro projeto que me motive mais.

“A minha filha estava no pavilhão. Achou piada quando me atiraram ao ar. Ficou marcada” “Sou um viciado da internet, passo horas ao computador. Depois passeio pelas ruas do Porto, são o meu conforto” “Já tive três restaurant­es, mas isso foi uma loucura e é uma fase ultrapassa­da. Gosto mais de ir aos restaurant­es dos outros” Moncho López

Treinador

FC Porto

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