CONTINUAR UMA HISTÓRIA RIQUÍSSIMA
CORRIDA DE S. JOÃO Tanto no período de domínio africano como no de vitórias portuguesas foram nomes ilustres a encher o pódio
A mais importante prova portuguesa de 15 quilómetros transformou-se num marco das festas da cidade do Porto, colocando grandes figuras na dianteira de um pelotão que não pára de crescer
Aí está de novo a Corrida de São João, que este dia 12 de junho vai para a estrada, na sua 17.ª edição, constituindo um dos marcos importantes das festas da cidade do Porto, em honra ao seu santo padroeiro.
A Corrida de São João arrancou na sua nova formulação com a edição de 2000, então ainda com o nome de Corrida Festas da Cidade, que marcava um corte com o passado. Essa primeira edição teve alguns dos problemas inerentes a uma estreia, mas logo a partir de 2001 a prova cimentouse como a corrida de 15 km certificados mais importante em Portugal e a partir daí a sua abrangência foi-se tornando cada vez maior, fazendo dela um evento nacional de elevada repercussão. Em termos regionais, a manutenção, com uma ou outra pequena variação, de um percurso ribeirinho de rara beleza ajudou à criação de uma imagem de marca relevante, do ponto de vista comercial e desportivo, mas sobretudo de índole emocional.
No sector masculino da prova, o domínio dos atletas africanos foi notório até ao ano de 2011. Domínio não só queniano, como também tanzaniano ou etíope. Numa fase inicial destacou-se a tentativa de Paulo Catarino para se tornar no primeiro português a triunfar: foi terceiro em 2000, 2003 e 2004 e o segundo nas edições de 2001 e 2002. Mas estava escrito que o lugar mais alto do pódio não seria para ele, apesar do mérito demonstrado, até porque na altura do seu último terceiro lugar tinha já 40 anos.
Dos atletas africanos, que sempre ganharam até 2011, há um justo destaque a ser devido ao queniano James Moiben, muito conhecido em Portugal e triunfador em 2004 e 2005, depois de ter sido terceiro em 2002 e quarto em 2003, e antes de voltar a ser segundo, neste caso em 2007, portanto uma década após ter vencido na São Silvestre do Porto.
A partir da edição de 2012, a aposta da organização centrou-se totalmente nos atletas portugueses e Rui Pedro Silva, nesse ano correndo como individual, viria a ganhar a 13.ª edição da prova. Em 2013, outro Rui Silva, o sportinguista e melhor meio fundista luso de sempre nas distâncias intermédias, sucedeu-lhe como vencedor, para Rui Pedro Silva voltar aos triunfos em 2014 e no ano passado, em ambos os casos já com camisola do Benfica, passando a ser o recordista de triunfos na São João.
No lado feminino a incidência das estrangeiras, e em particular das africanas, foi menor do que nos homens, o que permitiu às portuguesas ganhar logo nas primeiras edições. Em rigor, na primeira edição, dado que então Marina Bastos chegou adiante da campeoníssima Fernanda Ribeiro; e depois nas edições quarta e quinta, através de Helena Sampaio, que continua a ser até hoje a única a deter dois triunfos. Depois, foram africanas a triunfar até 2009, mas no ano seguinte voltou a ser uma lusa a ficar na frente, Marisa Barros, então em representação da equipa de corrida da Sport-Zone. Houve mais um derradeiro interlúdio africano em 2011, com a queniana Hellen Mugo diante de Mónica Silva, mas já em 2012 o triunfo de Sara Moreira permitiu a primeirahomens portuguesa.
Como se comprova, grandes nomes do atletismo feminino português ganharam ou participaram na Corrida de São João, e aos que referimos só falta juntar os das triunfadoras nos anos de 2013 a 2015 – nada menos, cronologicamente, que Jéssica Augusto, Filomena Costa e Vanessa Fernandes.
Estrelas: Sara Moreira, Jéssica Augusto, Filomena
a “S. João” Costa e Vanessa Fernandes já ganharam