DUPLA DE REPETENTES RENOVOU A AMBIÇÃO
Os dois melhores atletas nacionais de badminton sonham com uma surpresa no Rio de Janeiro. Será a quinta representação consecutiva da modalidade em Jogos Olímpicos, desde Sidney’2000
Telma Santos e Pedro Martins vão pela segunda vez aos Jogos Olímpicos. Para Telma será uma despedida, enquanto para Pedro estes serão os Jogos da confirmação do talento do atleta de Portimão. Os dois melhores portugueses do badminton sabem que não podem pensar em medalhas, mas estão no Rio com a ambição de melhorar os resultados de Londres’12, onde ela foi 17.ª. “Tenho consciência das dificuldades e do nível das minhas adversárias [Telma calhou no grupo da campeã olímpica, a chinesa Xuerui Li], mas sei que posso fazer um bom resultado”, indicou a atleta de Peniche que, há quatro anos, conseguiu a primeira vitória lusa de sempre nuns Jogos Olímpicos, frente à atleta do Sri Lanka, Thilini Jayasinghe, por 2-0.
“Em 2012, calhei com a campeã do mundo de juniores e foi um jogo para desfrutar, porque não é todos os dias que se joga com uma campeã do mundo. E o segundo jogo era aquele em que estava a fazer história para Portugal, porque nunca ninguém o havia feito. Agora, o objetivo é dar o máximo. Se conseguir o mesmo feito, porreiro”, disse.
Ambos entraram tarde nos lugares de qualificação olímpica e Pedro Martins, com longa paragem por lesão, teve mesmo um apuramento difícil. Vitórias no torneio de São Paulo e no Open da Jamaica devolveram a confiança ao algarvio do Che Lagoense. “Custou-me muito, por- que iniciei tarde a qualificação. Estive um ano e meio sem competir e quando o quis fazer não tinha ranking para entrar nos quadros principais. Tive de fazer mais jogos e apanhava sempre cabeças de série. Cheguei a um ponto de alguma frustração, mas os últimos meses foram melhores e felizmente consegui”, salientou. Para os Jogos tem a ambição de qualquer competição. “Dar o melhor, chegar longe e se possível ganhar. Tenho treinado mentalmente para vencer e vejo-me a ser o número um”, disse, rindo-se.
Quanto a Telma Santos, campeã de Espanha de clubes, pelo Huelva, já decidiu acabar a carreira depois dos Jogos. “Tenho um sentimento de conquista, porque era meu objetivo terminar a carreira em grande, mas também de estranheza por saber que após os Jogos vou deixar de ser aquela Telma que treinava todos os dias e que ia para o estrangeiro em com- petições. Mas é um sentimento bom, porque todos os atletas desejam estar presentes no maior evento duas vezes. É um feito importante para mim”, explicou.
“Depois dos Jogos vou deixar de ser aquela Telma que treina todos os dias e que vai para o estrangeiro em competições” Telma Santos