O Jogo

“EXIBIÇÃO NA HOLANDA ENTROU PARA O TOP CINCO”

Bracali, de 35 anos, já não se lembrava de ter feito um jogo tão difícil e com tanto volume de trabalho, em quantidade e qualidade, como o que protagoniz­ou anteontem com o Heracles

- TOMAZ ANDRADE

A UEFA contou oito defesas de Bracali na estreia do Arouca nas competiçõe­s europeias e o guarda-redes elegeu seis como difíceis. Para quintafeir­a prometeu um jogo bem diferente

Na viagem de regresso a Portugal após a estreia europeia com os holandeses do Heracles, alguns companheir­os apelidaram o guarda-redes do Arouca de São Bracali. O caso não foi para menos. Em quantidade e qualidade, Bracali foi o jogador arouquense que mais deu nas vistas, sendo determinan­te para manter a eliminatór­ia viva com o empate a um golo em Almelo. “Este é um daqueles jogos para lembrar. Aos 35 anos, tive o prazer de voltar a jogar nas competiçõe­s europeias e não foi normal ter participad­o tanto na partida. Foram seis defesas difíceis; normalment­e, faço uma ou duas por jogo, até pela maneira de jogar do Arouca, mas desta vez foi diferente. Esta exibição entrou para o top 5 da minha carreira”, revelou ontem Bracali a O JOGO. A defesa “mais difícil”, segundo o guarda-redes, aconteceu ao minuto 48. “A bola estava a pingar na área, o ponta de lança [Gladon] rematou à queima e eu tive o reflexo de defender para canto.”

Foram várias as razões para o Arouca ter sentido enormes dificuldad­es na estreia europeia. “Foi uma mistura de várias situações. O Heracles jogou bom futebol, entrou forte e pegou no jogo, ao passo que a nossa equipa nunca conseguiu encontrar o seu estilo habitual. Houve nervosismo na estreia, algo normal, dado que a maior parte dos jogadores nunca tinha jogado a este nível. Depois, o sintético também foi um obstáculo para nós, tornando o jogo mais lento”, apontou Bracali, confiante que o segundo jogo, na próxima quinta-feira, mostrará uma equipa melhor. “No futebol, o que conta é o resultado e esse foi bom. Vamos sentirnos mais cómodos na relva natural e perante os nossos adeptos. Na Holanda, os jogadores precisaram de três ou quatro toques para controlar a bola, mas em Arouca será um futebol mais rápido, com maior controlo das operações. Acredito que vamos passar ao playoff e, com o início do campeonato, os jogadores estarão melhores.”

Mesmo com toda a motivação pela presença nas competiçõe­s europeias, Bracali frisa que o campeonato é que interessa. “Não vamos hipotecar a Liga. Temos como principal objetivo a permanênci­a e, depois de assegurada, pensaremos em outras coisas. Na época passada, o Lito Vidigal disse-nos que ia trabalhar para o quinto lugar e perguntou individual­mente aos jogadores se acreditava­m; dissemos que sim. Esta época vamos ver como será, mas repetir a classifica­ção será muito difícil.”

“Faço uma ou duas defesas difíceis por jogo, até pela nossa maneira de jogar, mas desta vez foi diferente”

“A mais difícil foi ao minuto 48; o ponta de lança rematou à queima e defendi, por reflexo, para canto”

Bracali Guarda-redes do Arouca

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