“EXIBIÇÃO NA HOLANDA ENTROU PARA O TOP CINCO”
Bracali, de 35 anos, já não se lembrava de ter feito um jogo tão difícil e com tanto volume de trabalho, em quantidade e qualidade, como o que protagonizou anteontem com o Heracles
A UEFA contou oito defesas de Bracali na estreia do Arouca nas competições europeias e o guarda-redes elegeu seis como difíceis. Para quintafeira prometeu um jogo bem diferente
Na viagem de regresso a Portugal após a estreia europeia com os holandeses do Heracles, alguns companheiros apelidaram o guarda-redes do Arouca de São Bracali. O caso não foi para menos. Em quantidade e qualidade, Bracali foi o jogador arouquense que mais deu nas vistas, sendo determinante para manter a eliminatória viva com o empate a um golo em Almelo. “Este é um daqueles jogos para lembrar. Aos 35 anos, tive o prazer de voltar a jogar nas competições europeias e não foi normal ter participado tanto na partida. Foram seis defesas difíceis; normalmente, faço uma ou duas por jogo, até pela maneira de jogar do Arouca, mas desta vez foi diferente. Esta exibição entrou para o top 5 da minha carreira”, revelou ontem Bracali a O JOGO. A defesa “mais difícil”, segundo o guarda-redes, aconteceu ao minuto 48. “A bola estava a pingar na área, o ponta de lança [Gladon] rematou à queima e eu tive o reflexo de defender para canto.”
Foram várias as razões para o Arouca ter sentido enormes dificuldades na estreia europeia. “Foi uma mistura de várias situações. O Heracles jogou bom futebol, entrou forte e pegou no jogo, ao passo que a nossa equipa nunca conseguiu encontrar o seu estilo habitual. Houve nervosismo na estreia, algo normal, dado que a maior parte dos jogadores nunca tinha jogado a este nível. Depois, o sintético também foi um obstáculo para nós, tornando o jogo mais lento”, apontou Bracali, confiante que o segundo jogo, na próxima quinta-feira, mostrará uma equipa melhor. “No futebol, o que conta é o resultado e esse foi bom. Vamos sentirnos mais cómodos na relva natural e perante os nossos adeptos. Na Holanda, os jogadores precisaram de três ou quatro toques para controlar a bola, mas em Arouca será um futebol mais rápido, com maior controlo das operações. Acredito que vamos passar ao playoff e, com o início do campeonato, os jogadores estarão melhores.”
Mesmo com toda a motivação pela presença nas competições europeias, Bracali frisa que o campeonato é que interessa. “Não vamos hipotecar a Liga. Temos como principal objetivo a permanência e, depois de assegurada, pensaremos em outras coisas. Na época passada, o Lito Vidigal disse-nos que ia trabalhar para o quinto lugar e perguntou individualmente aos jogadores se acreditavam; dissemos que sim. Esta época vamos ver como será, mas repetir a classificação será muito difícil.”
“Faço uma ou duas defesas difíceis por jogo, até pela nossa maneira de jogar, mas desta vez foi diferente”
“A mais difícil foi ao minuto 48; o ponta de lança rematou à queima e defendi, por reflexo, para canto”
Bracali Guarda-redes do Arouca