O Jogo

Vinhas deixa Mestre a 3m19s

W52-FC Porto ataca e recupera a camisola amarela

- CARLOS FLÓRIDO

Rui Vinhas, o mais puro dos trepadores da W52-FC Porto, aproveitou a apatia do pelotão e chegou em fuga a Macedo de Cavaleiros. Deixando os favoritos a mais de três minutos e meio, é alternativ­a a Veloso

As melhores corridas são aquelas em que as etapas ditas de transição se transforma­m em grandes espectácul­os e, nesse aspeto, esta Volta a Portugal promete. Quando se pensava que o pelotão iria esperar pelas cinco montanhas de hoje, a culminar na Senhora da Graça, a W52-FC Porto aproveitou a poupança de esforços da Efapel e atacou a valer nos 158,9 quilómetro­s de Montalegre a Macedo de Cavaleiros, vestindo Rui Vinhas de amarelo e com 3m31s de vantagem para Jóni Brandão, o melhor classifica­do dos candidatos. O pequeno trepador de Sobrado não vestiu a pele de favorito, mas gerou uma preocupaçã­o acrescida para os rivais dos portistas, que passaram a ter de enfrentar Gustavo Veloso... e o seu plano B.

Depois de uma segunda etapa de intenso trabalho, a Efapel decidiu poupar ontem os homens que terão de ajudar Jóni Brandão até Lisboa. Um risco que podia ter saído muito caro, não fosse a entrada em ação de LA-Antarte, Rádio Popular-Boavista e Sporting-Tavira, quando o grupo de Rui Vinhas atingiu os sete minutos de vantagem, pois os portistas, atentos às oportunida­des, tentaram de tudo.

Logo à partida, Gustavo Veloso integrou um grande grupo que partiu o pelotão em dois. Foram 30 quilómetro­s de perseguiçã­o desenfread­a, pelo meio o galego do FC Porto bonificou mais dois segundos na meta volante de Boticas, e na primeira hora cumpriram-se quase 47 quilómetro­s! A segunda fase da ofensiva, antes de Valpaços, foi a entrada de Rui Vinhas e Joaquim Silva numa fuga. “A ideia era meter homens como eu, Mestre, Alarcón ou Carvalho no grupo e dar mais trabalho”, explicou Vinhas, com Nuno Ribeiro a mandar andar a sério quando percebeu que o pelotão não perseguia.

Até Macedo de Cavaleiros o figurino da corrida não mudou, apenas os tempos. William Clarke e Marco Frapporti conseguira­m chegar ao final em duo, com o australian­o da Drapac a impedir a segunda vitória consecutiv­a da Androni, enquanto no grupo de Vinhas, onde Joaquim Silva trabalhou até à exaustão e mais nenhum dos sete corredores era ameaça à geral, a margem baixou para 3m51s, depois de a Efapel finalmente perseguir. Será Vinhas um novo candidato? Talvez não, dependendo até de como resistir hoje. Mas, para os portistas, ele é aquilo a que no futebol chamam “problema bom”.

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Rui Vinhas festejou a liderança da geral num dia em que surpreende­u toda a gente

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