O Jogo

Cervi quase remediava colapso defensivo

Três falhas defensivas na primeira parte compromete­ram as águias, mas o argentino ainda mostrou magia

- Textos PEDRO MIGUEL AZEVEDO Fotos GUSTAVO BOM

Ausência de Fejsa mal compensada por Samaris ou Celis

Naquele que foi o último teste dos encarnados antes da Supertaça, contra o Braga, no domingo, apenas a segunda parte deixou sinais de otimismo para Rui Vitória, que se viu privado de elementos-chave

O Benfica, sem várias das suas figuras de maior peso, tombou em Lyon no derradeiro ensaio antes do arranque oficial da temporada, com a Supertaça. A uma semana do embate com o Braga, os encarnados fizeram uma primeira parte desastrada no plano defensivo, colapsando de forma preocupant­e com erros que, por esta altura, já não seriam de esperar. Mesmo assim, a equipa de Rui Vitória teve o engenho de mostrar uma face diferente na etapa complement­ar, muito por mérito do talento e dinamismo levados ao palco por Cervi. O sucessor de Gaitán saltou do banco e baralhou as marcações até então bem montadas pelo Lyon, criando ora pela esquerda, ora, numa segunda fase, pela direita.

Aliás, há que reconhecer que, além da entrada do argentino na luta, também as contribuiç­ões de André Horta a pegar na bola e a mobilidade de Jiménez no eixo do ataque foram importante­s para deixar os franceses em posição de desconfort­o após o intervalo, algo que raramente sen- tiram com Gonçalo Guedes, Carrillo e Mitroglou em campo. E aquele fresco e dinâmico Benfica que arrancou para a segunda parte estará bem mais próximo dos desejos de Rui Vitória para a partida de Aveiro, no próximo domingo, do que a distraída águia que se deixou “comer de cebolada” até ao intervalo.

Perante esta análise inicial, é preciso ressalvar as ausências de jogadores como Jardel, Salvio, Jonas, Eliseu e, principalm­ente, Fejsa na partida de ontem. No meiocampo, Samaris (tal como Celis) não fez esquecer o sérvio, um dos mais utilizados na pré-época e que, por questões físicas, ficou em Lisboa. Sem esta muleta, a defesa – já com Júlio César em pleno e a tempo inteiro na baliza, como O JOGO antecipara –

O Benfica consentiu três golos em apenas onze minutos, naquela que foi a fase mais negra do jogo para os pupilos de Rui Vitória ontem, frente ao Lyon

ressentiu-se: Luisão e Lindelof não disfarçara­m um certo desacerto no eixo, enquanto André Almeida esteve abaixo do ritmo que Nélson Semedo costuma ter, destapando a lateral direita. A entrada do segundo no tempo complement­ar veio, aliás, comprová-lo, ganhando aí o Benfica uma profundida­de no flanco direito similar à que Grimaldo deu no esquerdo durante todo o jogo. O espanhol, que até assinou um golaço num livre direto, escapou ao colapso defensivo que permitiu a Fekir, Cornet e Lacazette, em escassos 11 minutos (entre os 18’ e os 29’), destruírem a estratégia encarnada.

Na segunda parte houve toque de magia de Cervi, que quase abria caminho à reviravolt­a do Benfica, mesmo contra uma arbitragem que, em caso de dúvida, permitiu aos atletas do Lyon uma agressivid­ade extra. Nos instantes finais seria Júlio César, que não era titular há cinco meses, a evitar dois golos ao Lyon, gotas de água no deserto francês pós-intervalo, onde um Benfica mais agressivo – boa resposta do estreante Danilo – e acutilante esteve quase sempre por cima.

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Enviados especiais em Lyon (França)
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