O Jogo

OTÁVIO NA ALA DE PARTIDA

Nuno recupera lugar onde tudo começou, era Abel Braga o treinador. A O JOGO, explicou a razão da aposta que faz do criativo uma das figuras mais decisivas da pré-época

- BRUNO FILIPE MONTEIRO

Assistênci­as para três dos últimos quatro golos do FC Porto são apenas um sinal do que pode vir a render ao longo da época. Abel Braga acredita que tem tudo para ser um dos destaques desta I Liga

Contrarian­do a ideia generaliza­da que os portuguese­s tinham de Otávio, Nuno Espírito Santo decidiu desviar o brasileiro do meio para o flanco esquerdo e os resultados não poderiam, para já, ser melhores. O pequeno jogador nascido em João Pessoa (Paraíba) fez a assistênci­a para três dos últimos quatro golos marcados pelo FC Porto na prétempora­daeassumiu-secomo um dos principais desequilib­radores da equipa. Uma boa surpresa para os que só o conheceram quando cruzou o Atlântico, embora do outro lado fosse habitual vê-lo encostado a um flanco. Aliás, Abel Braga, que o treinou no Internacio­nal de Porto Alegre, considera que essa é a zona do terreno à qual está destinado. “Comigo jogou sempre assim”, contou, em contacto telefónico com O JOGO. “No meio acho que fica bastante limitado,

“Otávio terá um grande futuro e será destaque em Portugal”

Abel Braga

Ex-treinador de Otávio no Inter

porque às vezes tem de jogar de costas para a baliza e a marcação dos trincos é muito apertada. Vindo da linha para dentro, ele ganha visão periférica e pode causar mais problemas”, sustenta o técnico, atualmente sem clube, e que em Portugal treinou Rio Ave, Famalicão, Belenenses e V. Setúbal.

O “atreviment­o que revela para a idade que tem [21 anos]” é, no entanto, a caracterís­tica que Abel Braga mais elogia em Otávio. “No futebol moderno, em que as linhas são bastante apertadas, um jogador que faz a diferença no um para um é fundamenta­l para qualquer equipa”, salientou, lamentando que “uma série de lesões” tenham impedido o brasileiro de manter-se no onze do Internacio­nal quando o treinador passou pelo clube. “Eu até fui contra a saída dele, porque acredito que terá um grande futuro. Estou convencido que será um dos destaques do futebol português”, antevê.

O empréstimo ao V. Guimarães, depois de Julen Lopetegui nunca lhe ter dado a oportunida­de de trabalhar com a equipa principal do FC Porto, foi o melhor que podia ter acontecido à carreira de Otávio. “Teve oportunida­de de conhecer a I Liga. Agora o momento certo para voltar”, garante. No entanto, considera que “não se deve colocar nas costas do ‘garoto’ a responsabi­lidade de carregar um grande clube como o FC Porto”. “O que ele tem a fazer é continuar a crescer e a ser mais efetivo, porque a velocidade com que pensa e executa já fazem dele um jogador muito difícil de anular”, concluiu.

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