O Jogo

Gonçalo à conquista da identidade

DECISIVO Avançado portista marcou à Argentina e às Honduras, depois de ter estado em dúvida, devido a lesão faz

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Filho de um grande avançado, que também fez carreira no FC Porto, vencer as comparaçõe­s com o pai, Domingos, é o primeiro grande desafio da carreira do melhor marcador da Seleção

Dois jogos, dois golos, duas vitórias que colocam Portugal entre as oito melhores seleções dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As dúvidas relativame­nte a Gonçalo Paciência convertera­m-se em golos e, depois de uma semana de grande ansiedade, devido a lesão, o “alívio do trabalho bem feito” sabe “melhor ainda” ao avançado portista, 22 anos, que carrega o apelido de goleador e até na voz tem traços do pai, Domingos Paciência, internacio­nal dos dragões em décadas anteriores. Muito antes da lesão muscular, a herança genética marcou os primeiros passos de Gonçalo, mas, hoje, esse é um assunto que não o perturba. “A comparação não está na minha cabeça, já passei essa fase”, explica, a propósito de um processo que não se esgota nele: Domingos era um daqueles jogadores franzinos, de origem humilde, com tudo para ganhar com a bola nos pés. A primeira conquista foi a que qualquer pai ou mãe deseja, a de uma vida confortáve­l para os filhos. A Gonçalo sempre se cobrou a ausência dessa urgência de ganhar o mundo. Imperturbá­vel, este novo Paciência limita-se a fazer o caminho dele. “Tenho muito orgulho em ser filho de quem sou, não é algo que me preocupe”, garante, preocupado apenas com o “trabalho” olímpico. “O mais importante, acima de tudo, é a equipa, mas se puder ajudar com golos e com trabalho, entrega, com tudo, é melhor. No entanto, o mais importante foi a vitória, os três pontos. Cometemos alguns erros, é normal, vamos trabalhar para corrigir. O primeiro golo não pode acontecer, mas a equipa está de parabéns”, declarou, na despedida do Engenhão, com apuramento para os quartos de final garantido e sem sinais de euforia. Tal como outros companheir­os, o atacante portista tem os erros e a necessidad­e de “corrigi-los” tão presentes como o sucesso e, fiel ao predicado que é nome de família, acredita que essa postura competitiv­a será suficiente para que, um dia, olhem para ele apenas como Gonçalo, e não o filho de Domingos Paciência.

“O que me passa pela cabeça é ajudar a equipa, primeiro está o trabalho de equipa, e quando joga bem todos se destacam. Sou prova disso”

“Tenho muito orgulho em ser filho de quem sou, não é algo que me preocupe” Gonçalo Paciência Futebolist­a

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Simplesmen­te Gonçalo

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