O Jogo

GLÓRIA DE TELMA

Está conquistad­a a primeira medalha lusa no Rio’2016, um resultado que a judoca perseguia há muito

- CATARINA DOMINGOS

Com cinco medalhas em Mundiais e 11 em Europeus, a portuguesa chegou a um pódio nos Jogos que procurava desde 2004. É a 24.ª medalha da história do olimpismo nacional, segunda no judo

Ao terceiro dia de Jogos Olímpicos, a primeira medalha para Portugal, por intermédio de Telma Monteiro (-57 kg), a melhor judoca nacional de todos os tempos, mas a quem faltava um pódio olímpico, depois da estreia em Atenas’2004 e desilusões em Pequim’08 e Londres’12, edições em que era favorita.

Desta vez vinha de uma lesão mas, à semelhança do que acontecera nos Jogos Europeus de Baku, viu-se uma Telma aguerrida e confiante rumo à 24.ª medalha do olimpismo nacional e a segunda da modalidade, a juntar ao bronze de Nuno Delgado em Sydney’2000.

Azarada no sorteio, que colocou adversária­s muito fortes no seu caminho, a portuguesa começou por vencer de forma clara a neozelande­sa Darcina Manuel, não tendo a mesma sorte no combate seguinte. Frente à número um mundial, a mongol Sumiya Dorjsuren, ainda chegou ao ponto de ouro, mas acabou eliminada por um castigo, dizendo assim adeus ao ouro.

Já na repescagem, e na corrida pelo bronze, encontrou Automne Pavia, campeã da Europa e durante dois anos uma espécie de “carrasco” (três derrotas). No confronto de ontem, Telma reagiu à desvantage­m inicial (castigo) com uma tentativa de projeção seguida de chave de braço que lhe valeu a vitória por ippon. Conforme afirmou no final, estava ultrapassa­do um dos grandes obstáculos, cruzando-se no derradeiro duelo com a romena Corina Caprioriu. Ainda no primeiro minuto, Telma marcou “yuko”, gerindo a vantagem até ao fim, mesmo depois de a romena a ter lesionado num ombro. “Dóime, mas até me podia ter saltado o ombro que, com a medalha, não me importava”, disse, fazendo um balanço: “Já fui a Jogos em pico de forma, já fui favorita e não deu; aqui, com o joelho ligado e uma luxação no ombro, foi na garra, foi no querer, foi na raça lusitana, teve de ser!”.

“Este tinha de ser o meu dia. É uma medalha conquistad­a com sangue lusitano. Dei o que tinha”

Telma Monteiro Judoca

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