O Jogo

Segunda linha

A seleção olímpica é a prova de que não são os nomes que contam

- jorge.maia@ojogo.pt Jorge Maia

Consideran­do tudo o que aconteceu durante as semanas que o antecedera­m, agora que já passou algum tempo desde aquele primeiro jogo com a Argentina, é impossível não ver na imagem dos nomes que se descolavam das camisolas dos jogadores da seleção olímpica uma espécie de metáfora redentora: afinal, não são os nomes que contam. Aliás, a lição que Rui Jorge tão generosame­nte nos ofereceu sobre a forma como o todo deve ser muito mais do que a mera soma das partes deveria servir, desde logo, aos adeptos que por esta altura se afligem com a qualidade dos reforços contratado­s pelos respetivos clubes. Não, não são os nomes que contam, é aquilo que um treinador a sério é capaz de fazer com eles. De resto, esta campanha olímpica, com todos os problemas que a antecedera­m e todos os obstáculos que obrigou a ultrapassa­r, acaba por ser uma espécie de sequência perfeita para a forma como Portugal conquistou o campeonato europeu há um mês. Mais do que isso, é um poderoso trunfo na manga de Fernando Santos quando chegar o momento de o selecionad­or nacional voltar a ter de nos convencer a abdicarmos dos nossos ideais artísticos e dos complexos de superiorid­ade que lhe estão associados em nome dos méritos da união, da solidaried­ade e do sacrifício. Foi com humildade, camaradage­m e, sobretudo, carácter que Portugal conquistou o primeiro título europeu da história e é com os mesmos argumentos que se está a impor nos Jogos Olímpicos, provando mais uma vez os méritos da classe operária ou, se preferirem, das segundas linhas. Éder há de estar orgulhoso.

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