Novas ideias T
iago Martins é uma nomeação que aparentemente pode surpreender, mas que marca a diferença para o Conselho de Arbitragem (CA) anterior, que apostava as fichas todas em um ou dois árbitros apenas para estes jogos. Este é um clássico (jogo de dificuldade acrescida), pelo que teria de ter um árbitro internacional ou, em alternativa, um árbitro classificado até ao 12.º lugar. Em termos de contexto, este clássico surge à terceira jornada, antes de uma paragem para jogos de seleções, sendo que o CA tem vindo a pensar nas nomeações para estas três primeiras jornadas como um ciclo, fazendo a sua planificação mensalmente. Portugal tem oito árbitros internacionais: Jorge Sousa, Artur Soares Dias, Tiago Martins, Carlos Xistra, Fábio Veríssimo, Hugo Miguel, João Capela e João Pinheiro. Dos oito árbitros internacionais, três ainda não apitaram clássicos: Tiago Martins, Fábio Veríssimo e João Pinheiro. O árbitro em questão, Tiago Martins, ficou muito bem classificado na época anterior (4.º) e tem apitado em Portugal e no estrangeiro com boas indicações. Nesta época, ainda não apitou nenhum dos clubes que vão a jogo e, acima de tudo, é uma opção válida, reunindo as condições exigidas no seio de outras possíveis opções, sabendo que João Capela dirigiu a Supertaça e Carlos Xistra, Hugo Miguel e Fábio Veríssimo dirigiram um dos intervenientes nos últimos É um árbitro que nun ca apitou um clássico, mas que tem todas as competências técnicas e físicas 15 dias e não poderiam ser nomeados. Por outro lado, João Pinheiro, a dar os primeiros passos como internacional, e Jorge Sousa, a cumprir as provas físicas e sem classificação na época anterior, devido a lesão, não seriam, para já, aconselháveis. Após a saída quase simultânea de árbitros internacionais e experientes como Pedro Proença, Olegário Benquerença e Duarte Gomes, a arbitragem portuguesa sentiu dificuldades ao mais alto nível, de que é reflexo a ausência nas grandes provas internacionais, e, como tal, é missão deste CA formar os árbitros, dar-lhes competências e ajudá-los com novas oportunidades de crescimento. Teremos, portanto, um árbitro que nunca apitou um clássico, mas que tem as competências técnicas, está bem física, técnica e psicologicamente, como demonstrou no curso de início de época, e tem as condições reunidas para se estrear num clássico. A ideia é alargar o número de árbitros capazes de fazer estes jogos, em vez de se fechar em três ou quatro árbitros, com todo o risco que isso tem (o caso da lesão prolongada de Jorge Sousa é um exemplo que fala por si). Por último, salientar que esta nomeação vem na linha da que foi feita para a Supertaça: um árbitro internacional, bem classificado, em bom momento de forma e que ainda não tinha arbitrado aquela prova.