O Jogo

Lito aposta numa surpresa

AMBIENTE Arouca tem de recuperar desvantage­m de um golo, ainda por cima na estreia de Paulo Bento, no infernal “Georgios Karaiskaki­s”

- bbb CRISTINA AGUIAR Textos

Parte em desvantage­m mas acredita no apuramento

Horácio Gonçalves, na qualidade de treinador, já sentiu na pele o desconfort­o da pressão dos adeptos gregos sobre os adversário­s e recomenda a Lito Vidigal que é preciso “focar” os jogadores Ao Arouca ficou reservado o privilégio de estar na estreia de Paulo Bento no Estádio Georgios Karaiskaki­s (lotação de 33.300 espectador­es), facto que amplia a pressão num ambiente já de si complicado para os visitantes. Corre nas veias dos adeptos, no caso particular dos do Olympiacos, sangue a temperatur­as altas que explode à mínima fasquia e tende a perturbar o adversário. Este é o cenário que aguarda o ainda estreante Arouca nestas andanças europeias e que se apresenta no Pireu esperançad­o em superar a vitória da equipa grega, por 1-0. As probabilid­ades dos arouquense­s podem ser reduzidas, mas no futebol há lugar às surpresas e hoje “poderá ser uma noite olímpica para o Arouca”. O vaticínio foi traçado por Horácio Gonçalves, um treinador com vários anos de experiênci­a no futebol grego, no Asteras Tripolis, que conhece bem o pulsar “fervoroso” das bancadas do Georgios Karaiskaki­s e o efeito do ruído que lá se produz na mente dos jogadores adversário­s. A solução, recomenda, “é focarem-se no jogo, no que se passa dentro das quatro linhas e tentarem, ao máximo, abstrair-se do fervor que vem das bancadas, que costuma ser forte.” Desligar os sentidos do que se passa à volta é a primeira sugestão de Horácio Gonçalves à qual acrescenta “o acreditar” como forma de superação.

Horácio Gonçalves reconhece “excelentes jogadores” no plantel “bem orientado” por Lito Vidigal, ingredient­es que entende alimentar o sonho dos arouquense­s de deixar para trás o Olympiacos e seguir para a fase de grupos da Liga Europa. “Não será fácil, mas o Arouca pode dar a volta ao resultado da primeira mão, até porque o campeonato grego está suspenso e a equipa do Lito Vidigal tem já três jogos seguidos e pode tirar alguma vantagem nisso, pelo facto de o ritmo competitiv­o ser mais avançado”, avalia o técnico. A paixão dos gregos pelo futebol “é uma questão cultural” que em algumas circunstân­cias envolve fatores socioeconó­micos e abrange “qualquer modalidade desportiva. Os gregos são muito fanáticos, conseguem viver os 90 minutos intensamen­te, o que é uma mais-valia para a equipa deles, e uma desvantage­m para o adversário, caso não tenha capacidade para se abstrair de todo o ambiente que o rodeia”, relembra Horácio Gonçalves, acrescenta­ndo mais um alerta: “Atenção que o calor costuma ser prejudicia­l; já joguei lá com 40 graus à tarde, mas como o jogo é por volta das 22h00 [hora local], pode ser que esteja mais fresco. No estádio do Olympiacos forma-se um caldeirão, é muito fechado.” As previsões meteorológ­icas apontam para mais um dia quente, típico de trovoada. Este jogo tem a particular­idade de oferecer a primeira oportunida­de dos adeptos do Olympiacos de verem emaçãootre­inadorport­uguês Paulo Bento e compensar a espera até ao dia 5 de setembro, data prevista para o arranque da Superliga, que fora adiado pelo governo grego.

“No estádio deles forma-se um caldeirão. É muito fechado” Horácio Gonçalves Ex-treinador do Asteras Tripolis

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Infernal: com sangue quente espectador­es...
33 300 na época passada, os gregos apenas
Casa:
da UEFA perderam três jogos, todos nas provas
alberga estádio do Olympiacos Infernal: com sangue quente espectador­es... 33 300 na época passada, os gregos apenas Casa: da UEFA perderam três jogos, todos nas provas
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Enviada especial a Atenas (Grécia)
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