Escassa preparação tem marcado audições
Extensão e especificidade das conclusões da auditoria da Mazars têm sido um problema para a maioria dos elementos da Comissão de Audição aos ex-presidentes
Teve ontem lugar a inquirição aos dois antigos presidentes do Sporting, tendo a mesma terminado já ao final da noite. José Roquette foi o primeiro ouvido, falta Dias da Cunha e Soares Franco
O sorriso que Godinho Lopes deixou escapar à saída da Comissão de Audição aos expresidentes do Sporting, ontem,emAlvalade,quandoconfrontado sobre a preparação dos seus interlocutores, foi um dos sinais de que essa tem sido uma das principais impressões comqueosex-presidentestêm ficado: a dificuldade de grande parte dos membros da Comissão de Audição em abordar ou questionar determinados temas, nomeadamente de índole financeira. O JOGO sabe que foi assim, num primeiro momento, com José Roquette, quando foi chamado à Comissão de Audição, e ontem no interrogatório realizado a José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes, que teve a duração, respetivamente, de quatro e sete horas com um intervalo de 30 minutos. Em cima da mesa estão os extensos resultados da auditoria de gestão prometida por Bruno de Carvalho e executada pela Mazars entre os anos de 1995 e 2013, que configuram uma série de dados de cariz financeiro que têm colocado a nu o problema. Segundo foi possível apurar, as inquirições têm sido marcadas pela elevação e diferença de opiniões. Ao fim da noite em Alvalade, Godinho Lopes explicou o propósitodasuapresença.“Vimporque pediram-me para vir, procurei transmitir tudo o que achava que podia esclarecer sobre a verdade dos factos, estou de consciência tranquila. É sempre bom voltar a Alvalade, é a minha casa. Não sei se esclareci ou não, o meu objetivo foi esse, procurei transmitir o que foram seis anos de mandato e explicar. O objetivo era esclarecer, dizer que para além do futebol há muita coisa que foi feita que merecia ser transmitida. Estou de consciência tranquila e se não viesse não estaria. Entendo que as coisas deve ser esclarecidas, sou do Sporting, gosto do Sporting, continuo a ser, vou daqui mais leve”, disse, desvalorizando o tempo de inquirição: “Foram seis anos de mandato, não se conseguem responder em sete horas, não foi assim tão longo.” José Eduardo Bettencourt, que se fez acompanhar por advogados, apresentou os seus argumentos e não foi visto à saída pelos jornalistas.