O Jogo

Rui Vitória e a estratégia escolhida: “Não sou tonto” Luís Filipe Vieira foi ao balneário aplaudir reação

O Benfica esteve a perder por 4-0 com o Nápoles e só a vinte minutos do fim aligeirou a vergonha, com os golos de Gonçalo Guedes e Salvio

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Rui Vitória equivocou-se nas escolhas, a começar pelo titular da baliza. Júlio César teve uma noite para esquecer. André Almeida e Carrillo, as outras opções no onze inicial, também não ajudaram Gonçalo Guedes e Salvio reduziram para 4-2, o segundo golo das águias surgiu já na parte final do desafio, mas o Benfica não se livrou de levar uma verdadeira lição de futebol no San Paolo, acabando por ser goleado pelo Nápoles no segundo jogo dafa sede grupos daChampion­s. Depois do empate caseiro frente aoBesik tas, na primeira ronda, a equipa de Rui Vitória complicou ontem mais ainda a sua tarefa nesta competição, ficando agora mais longe dos lugares de acesso aos oitavos de final. O Benfica somou mais uma derrota em Itália, passam a 10 em 14 jogos, confirmand­o-se, por outro lado, o bom momento do Nápoles que não perde em casa nas competiçõe­s europeias há 18 jogos. Ou seja, desde 2013.

E o jogo até começou bem para os encarnados, com Mitroglou a ter o golo nos pés em duas ocasiões, assustando( mas só isso) o experiente Pepe Reina, guarda-redes napolitano. Após esses dois lances, ocorridos nos primeiros dez minutos, a águia apagou-se completame­nte e só viria a encontrar- se ao final da noite, que é como quem diz do jogo, comas entradas em cena de Salvio e Gonçalo Guedes. Rui Vitória quis surpreende­r o adversário, mas acabou por ser o Nápoles a esmagar a sua equipa. A estratégia falhou.

O técnico encarnado tentou dar uma maior experiênci­a, solidez e frescura ao onze, chamando Júlio César, André Almeida e Carrilo. As mudanças, todavia, não surtiram o efeito desejado. Se a ideia era contar com a experiênci­a do campeão do mundo brasileiro para dar outra tranquilid­ade ao setor mais recuado, alastrando-se depois a toda a equipa, não foi alcançada. Júlio César falhou nos momentos decisivos do jogo. Além do primeiro golo e do penálti que cometeu, no livre de Mertens, por exemplo, esboçou uma ténue reação e bola passou-lhe perto do ombro direito. Mas foi sobretudo no lance do quarto golo que falhou com estrondo, após saída desastrosa da baliza, permitindo que o Nápoles aumentasse a vantagem. No mesmo sentido, André Almeida (ao lado de Fejsa nomeio-campo ), sem rotinacomp­etitiva e fisicament­e em dificuldad­es, não acompanhou o ritmo imposto pelo meio-campo adversário, deixando o triângulo napolitano, composto por Jorginho, Allan e Hamsik, dominar à vontade no miolo. Com a entrada de Almeida, André Horta subiu no terreno jogando mais perto de Mitroglou. O médio não atinou comas novas funções, falhandona ligação entre o meio campo e o avançado grego.

Carril lo também coube no esquema de Vitória, mas o peruano não fez esquecer Salvio. Ainda que tivesse demonstrad­o vontade em sair com a bola controlada para tentar criar desequilíb­rios à frente, faltou verticalid­ade ao seu futebol. Jogou muito para os lados e para trás sem nunca incomodar a defesa do Nápoles.

O Nápoles sentiu a águia envergonha­da e lançou as suas feras. Mertens e Callejón nas alas pareciam duas facas afiadas em direção à baliza, onde surgia quase sempre muito à vontade Milik. Hamsik, guardado por Jorginho e Allan, deambulava como queria em zonas mais interiores e criava constantes problemas à defesa do Benfica.

Completame­nte desnortead­os, os encarnados voltaram a falhar nos lances de bola parada, sofrendo mais três golos neste tipo de jogadas. E vão sete em nove jogos.

Textos SÉRGIO ANDRÉ

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Salvio substituiu o apagado André Horta
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