O Jogo

“Soares foi malandro e nós não”

O treinador do Sporting entendeu que a sua equipa acusou sinais de cansaço mas também não teve a esperteza que considerou necessária para segurar a vantagem de três golos

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O técnico dos leões falou de “uma lição sofrida” pela sua equipa ontem e num resultado que “deixa marcas” para o qual não encontra “grandes justificaç­ões”

Ainda numa espécie de estado de choque, após ver o Sporting perder dois pontos em Guimarães nos derradeiro­s minutos, Jorge Jesus lamentou “coisas do futebol que não têm muita lógica”, referindo-se aos dois golos sofridos em bolas paradas. Jesus admitiu marcas físicas deixadas pelo jogo da Champions contra o Légia, mas fez alguns reparos à forma como o Vitória fez o último golo.

“Soares empurrou Schelotto pelas costas, num lance muito parecido com outro no ano passado, com Slimani, no Bessa e com este árbitro. Houve alguma inteligênc­ia de Soares e foi premiado por isso. Nós não fomos espertos nem malandros como ele, assim como Schelotto também, que não se pode deixar cair”, criticou Jesus. O treinador até gostou do desempenho coletivo, até aos minutos finais. “O Sporting fez 75 minutos espetacula­res, chegou ao 3-0 com facilidade, mas sofremos dois golos de bola parada. Levámos três golos em quinze minutos sem sabermos como e a equipa sentiu muito o 3-2. É uma lição para nós e um resultado que deixa marcas, não havendo grandes justificaç­ões para, em quinze minutos, passar de 3-1 para 3-3. Na bola parada do último golo, tínhamos de fazer melhor”, lastimou Jorge Jesus.

A grande mácula dos leões foi, segundo o treinador, quando as pernas falharam e o Vitória se moralizou. O segredo do jogo esteve na zona intermédia do terreno. “Nunca conseguimo­s, nos últimos 15 minutos, ter o controlo de bola, não porque o Vitória tivesse muita qualidade de jogo, mas sim porque teve mais agressivid­ade e ganhou as segundas bolas. Elias começou a perder capacidade física e Markovic, que estava a ser fundamenta­l, também teve de sair e perdemos muita qualidade de jogo no corredor central”. Mais acrescento­u: “Markovic justificou a titularida­de. A sua saída quebrou a nossa qualidade de jogo pois é muito rápido e põe as defesas em sentido.” Jesus admitiu que esta partida pode ser um golpe negativo. “Este empate sabe a derrota. É um resultado que nos podia moralizar mas não o fará porque não fomos capazes de o segurar. Todos estavam à espera do quarto golo, mas no futebol há coisas que não se controlam. Se a fadiga pesou? Claro, mas tínhamos de ter argumentos para segurar a vantagem. Fomos apertados”.

“Este empate sabe a derrota. Tínhamos de ter argumentos para segurar a vantagem”

Jorge Jesus

Treinador do Sporting

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De volta ao banco, após o castigo na Champions, Jesus foi o espelho do desconsolo

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