O Jogo

QUANDO TER JÁ UM VEREDICTO É PURA ILUSÃO

Leões tinham jogo aparenteme­nte controlado e vitória na mão, a vinte minutos do fim; dois golos de rajada deram nova vida aos da casa, premiados a fechar

- MÁRIO DUARTE

O Vitória entrou mais forte e surpreende­u leões que contaram com “magia” de Gelson para “partir”. Podiam ter “matado” a abrir a etapa final, fizeramno pouco depois e cederam a recuperaçã­o épica

Se há verdade que nunca pode ser posta em causa como a de um resultado de um jogo de futebol ser incerto até final, Sporting e V. Guimarães comprovara­m-na ontem sem qualquer margem para dúvidas. Aos 70’, com o 0-3 apontado por Elias, os leões estavam por cima, mandavam no jogo e tinham uma vantagem confortáve­l que só não era mais dilatada por uma série de perdidas verificada­s desde o intervalo. Nos cinco minutos que se seguiram, porém, os vimaranens­es reduziram para 2-3 com um bis de Marega e ganharam novo fôlego: até final, o Sporting procurou defender a vantagem com unhas e dentes e o Vitória perseguiu até à exaustão a divisão de pontos conseguida aos dramáticos 89’.

O jogo até começou com ascendente vimaranens­e, que povoava o miolo com o estreante Prince, central por definição. Os minhotos contrariav­am a articulaçã­o ofensiva dos leões e armavam investidas rápidas no ataque, munidos da mobilidade e velocidade do tridente ofensivo a que era suposto juntarse Hurtado, o que raramente sucedeu – daí ter sido sacrificad­o ao intervalo, dando lugar a Bernard (que também não faria muito melhor, de resto). Aos poucos, porém, o Sporting tomou as rédeas ao jogo, muito por conta das ações de William e Adrien, mas foi com a explosão de Gelson – o jogador a quem Jesus reconhece “magia” inigualáve­l – que os leões abriram o livro e começaram a escrever um resultado que acabaria com mais cinco golos. Em vantagem, os leões geriram com tranquilid­ade o ascendente verificado, apesar de ficarem privados da intensidad­e ímpar do capitão Adrien, lesionado aos 36’ e rendido por Elias. Acabariam por dilatar a vantagem ainda antes do intervalo, desde os 1,96 m de Coates.

Se o resultado fazia prever uma entrada mais contida da equipa de Alvalade, a verdade é que a dinâmica ofensiva com que retomou o jogo mostrou que os leões queriam resolver cedo. Sucediam-se as oportunida­des de golo junto à baliza de Douglas, que acabaria por dar um contributo que se perspetiva­ria decisivo, na altura, ao dar um frango monumental a tiro de Elias. O Sporting mandava no jogo e comandava destacado no marcador com três golos sem resposta. Logo a seguir, porém, William fez falta sobre Hernâni na grande área e Marega não perdoa no penálti; assim como não perdoou ao ser superiorme­nte assistido por João Aurélio. O Sporting abanou, o Vitória cresceu e foi no frenesim entre o sufoco e a ânsia que na vertiginos­a torrente até final se consumou a recuperaçã­o vimaranens­e ou o soçobrar do leão. Tal como em Madrid, tal como com o Estoril, os leões voltaram a permitir um golo ao adversário ao cair do pano. Começam a ganhar contornos fantasmagó­ricos os instantes que antecedem o apito final.

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Marvin não chegou para a frescura de João Aurélio
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