O Jogo

“Hoje ganho bem e consigo viver apenas do futebol”

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A história de uma menina que começou a acompanhar o pai, antigo futebolist­a, e só queria mesmo jogar à bola. Hoje, é uma profission­al que diz simplesmen­te: “Foi um dom que Deus me deu”

É por entre muitas risadas que Cláudia Neto conta a sua história desde pequenina, quando começou a acompanhar o pai, Hélder Neto, antigo futebolist­a de vários clubes algarvios. “Às vezes ficava no fim a jogar à bola com eles”. Cláudia recorda que começou a jogar futsal, numa equipa só de meninas. “Entrávamos em torneios e jogávamos contra equipas de rapazes. Quando ganhávamos, eles ficavam mesmo muito aborrecido­s”... Os pais cresceram com o futebol, porque a mãe, Beatriz, era dirigente do Lagos. “Não vivi os problemas de algumas meninas, que encontram nos pais uma barreira. Os meus sempre me motivaram. A minha mãe éaminhafãn­ú mero um. Quando perceberam que eu tinha jeito para a bola, motivaram-me. Só houve uma condição: fazer o 12.º ano. Combinámos que escolheria o meu caminho a partir daí.” E pelo caminho ficou uma irmã, também chamada Beatriz .“Ela ainda jogou futsal como eu, mas não seguiu a carreira.” Porque a saudade também joga, principalm­ente para quem está longe, Cláudia não se cansa de falar dos pais. “Foram fantástico­s nos momentos de decisão, são fantástico­s no apoio que me dão”.

É também com sorrisos – Cláudia tem mesmo gargalhada fácil e simpática – que a futebolist­a conta que herdou do pai “o gosto por jogar futebol”. “Mas sou diferente dele. Saí mais tecnicista. Ele jogava ali entre a defesa e a posição de trinco. Tem boa estatura e era forte a jogar. Eu não. Trabalho melhora bola, tenho mais técnica ”... Cláudia joga hoje numa das melhores equipas europeias. Vive do futebol... “Hoje, posso dizer que sim. No início do profission­alismo não, porque ganhava pouco. Hoje, ganho bem, vivo do futebol e preparo o meu futuro.” Namorado? “Ai... Não tenho tempo. O futebol absorve-me por completo. Sou uma profission­al. E depois... Olhe, no futebol masculino, os jogadores ganham muitos milhões e podem andar com as namoradas para todo o lado. Ainda não ganho para fazer o mesmo com um namorado [risos]”. Vive um presente de felicidade: está entre as melhores do mundo afaz e roque gosta, desde menina: jogar futebol.

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