Leão acordou tarde
Jorge Jesus: “Houve dois lances muito duvidosos”
Pouco atreitos a perdões, os alemães aproveitaram ligeirezas alheias num par de abordagens e foram para o intervalo almofadados. Garra do leão na segunda parte não chegou e a Liga Europa começa a chamar
Valeu, Sporting, mas eles são... uma equipa da Alemanha. Depois de uma primeira parte em que, sem Raphael Guerreiro, Reus, Schurrle e companhia... de lesionados, o Dortmund passeou por Alvalade de forma gelada, superior, calculista e com calibre de Champions, construindo o 0-2 para choque de ninguém, os leões trouxeram uma atitude férrea para o reatamento, destronaram os germânicos do comando do jogo e foi por uma questão de centímetros e alguma falta de lucidez que a turma da casa mais não conseguiu do que uma derrota tangencial, que a coloca mais perto... da Liga Europa. Nem tudo está perdido. Não pode estar para quem revela tanto coração face um adversário de outro nível.
O Sporting começou agressivo, disposto a dizer que a disputa seria igual. Foi... durante dez minutos. A insistir ora pela direita, ora com William a aproveitar as suas melhorias no passe longo, os verdes e brancos mostravam dentes, mas explorar o flanco esquerdo adversário foi algo que os alemães lograram com maior frieza e eficiência. Depois de algumas ameaças, uma bola perdida pelos leões a meiocampo permitiu que Aubameyang flamejasse pela sua asa direita e batesse Patrício.O golo atordoou o Sporting, que via a sua manobra encravar.O leão engasgava-se a arrancar do seu meio-campo, sobretudo no interior, onde Markovic procurou – e em vão... – os duelos diretos. Só Bryan Ruiz dava direção nas saídas. Após um período de jogo mais dividido com aproximações perigosas de parte a parte, o segundo do Dortmund foium decalque do primeiro. Novamente William a não recolher bem e lá surgiram os alemães disparados tendo como destino o fundo das redes alheias – Weigl fez de um míssil o 0-2. No meio-campo, a competência teutónica fazia-se sentir no trio Weigl (cuidado com o rapaz...) Goetze e Kagawa. Rápidos sobre a bola, preenchiam bem o espaço e eram letais na recuperação e construção.
Passlack viu um amarelo à entrada da segunda parte por carga sobre Gelson, o que ilustrou, à cabeça, a reentrada leonina na partida.O 77’ foi o único leão que o Dortmund nunca domou. Aos 60’, o Sporting mexeu e cresceu. Bruno César rendeu Elias e aos 65’ Campbell “sent ou” Mark ovic. O leão não desistia, mais com arreganho do que com floreados, face aum Dortmund conservador. Num livre indireto, o Chuta- Chuta diminuiu. Com Alvalade a trepidar, o Sporting quase empatou por Bas Dost a seguir ao 1-2 e o sonho fugia. Já comAndré no lugar de Ruiz, os leões sitiaram e criaram mais chances. O Dortmund queimava tempo, gerando confusão, mas com raras e criteriosas saídas (Pulis i c ati r ou à t r ave). J oel Campbell também farejou o empate, mas faltou clareza.
O Sporting foi galhardo? Sim. Tentou sempre reagir mesmo no fundo do poço? Também. Caía-lhe bem o 2-2? Sem dúvida. Porém, os alemães provaram ser de outro nível mesmo a meio fogo e a uma só parte. Os leões pagaram caras as ligeirezas na etapa primeira. Tanto coração não chegou e os alemães não são conhecidos pelos seus sorrisos e raios de sol. Encostá-los às cordas não chega.