O Jogo

Nem a ideia está resolvida

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Manuel Queiroz

OFC Porto ganhou, mas não ganhou bem. Há vários momentos do jogo, eu escolho aquele em que Nuno Espírito Santo tirou Otávio, outra vez o mais criativo, e colocou André André. Otávio tinha acabado de fazer o passe decisivo para Layún empatar e quatro minutos depois deu o lugar a André André. Eu esperava Depoître, para aproveitar o momento de ataque, Nuno preferiu André André, uma espécie de anticlímax na altura. Ficou claro é que quando o treinador acha que encontrou um onze, vários jogadores colocam-lhe logo dúvidas. Herrera, sempre, porque não consegue dar estabilida­de ao jogo a falhar tantos passes

Quando o treinador acha que encontrou um onze, vários jogadores colocam-lhe logo dúvidas

(fáceis), Diogo Jota, que andou à procura do seu lugar. A interpreta­ção mais benévola é que a equipa não se entendeu com aquela gente toda que o Brugge meteu no meio-campo. A menos benévola é que a equipa continua à procura do seu jogo. Há uma ideia, mas ainda não se sabe se é boa. Na estatístic­a o FC Porto goleou: posse de bola, 59-41%; remates, 20-7; cantos, 8-3; faltas, 9-14 (neste caso o menor número foi o dos portistas). No campo foi muito menos brilhante a prestação. Uma equipa não melhora linearment­e, muitas vezes é por saltos, é por conseguir as associaçõe­s certas de jogadores. André Silva-Diogo Jota? É duvidoso. Óliver ao meio com Danilo? É claro que Danilo não pode – não consegue – jogar sozinho à frente da defesa, mas estas associaçõe­s cruciais ainda estão longe de transmitir­em boas sensações. E o melhor de Óliver vê-se no ataque. Há muita coisa a resolver melhor, a começar pela ideia.

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