O Jogo

Golo de se tirar a máscara

Castro jogou com uma proteção facial que foi talismã, pois o médio marcou e esteve ligado a mais dois lances que terminaram no fundo das redes do Basaksehir

- PAULO A. TEIXEIRA

O antigo médio do FC Porto só soube que poderia jogar instantes antes do desafio, pois o árbitro teve de autorizar a utilização da proteção de carbono concebida propositad­amente para o efeito

André Castro não vai esquecer a goleada ao Basaksehir (4-0). O médio português do Kasimpasa marcou o canto que originou o golo inaugural, iniciou o lance do 3-0 e sentenciou o triunfo fuzilando o guarda-redes. Curiosamen­te, só soube que podia jogar instantes antes do desafio. No encontro anterior, Castro fraturou o nariz (aguentou cerca de meia hora em campo assim) e desconheci­a se o árbitro autorizari­a a utilização da máscara de carbono concebida para o efeito. O juiz deu o seu aval e Castro partiu para uma exibição notável. “Fui recompensa­do. Só recebi a máscara dois dias antes do jogo e antes tinha-a testado batendo a bola contra a cara. E protegia a cem por cento”, conta Castro a O JOGO.

Nos festejos do quarto golo, depois de ter conduzido a bola pela direita, tirou a máscara. “Antes, também numa jogada pela esquerda, já tinha corrido com a máscara na mão. Incomoda sempre, até porque a visão fica afetada, mas não tive receio em nenhuma jogada”, descreve, revelando que contactou o médico do FC Porto, Nélson Puga, com quem mantém ligação desde que represento­u os dragões, a propósito da fratura. “Só vou ser operado no final da época, ou quando terminar a carreira, desde que a respiração não seja afetada”, atira.

Numa época que está aquém das expectativ­as – o Kasimpasa é 11.º – devido a saída de vários jogadores importante­s, Castro reconhece que os números da vitória sobre o Ba- saksehir, que podia assumir a liderança caso vencesse, se devem à competitiv­idade da liga turca. “Uma equipa do fim da tabela pode ganhara quem está no topo”, diz, assumindo que no final da época vai sair do Kasimpasa. “Parece que o clube não quer crescer. Tenho muitos interessad­os, mas em Portugal só num grande”, revela.

Até ao final da época, a Taça é o grande objetivo. “Estamos nos quartos de final e, pelo emparelham­ento,não vamos apanhar nenhum grande clube até à final. Temos esperanças de atingi-la para conseguirm­os o apuramento para a Liga Europa”, frisa André Castro.

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