O Jogo

EFICÁCIA ESTIMULA MELHOR INÍCIO

Quatro vitórias em quatro jogos é registo só equiparado a Mourinho e Villas-Boas. Menor posse de bola compensada com maior acerto no remate

- BRUNO FILIPE MONTEIRO ANDRÉ MORAIS

Estabiliza­ção do processo defensivo e as introduçõe­s de Brahimi e de Soares, que vieram melhorar o ataque, são outras razões apontadas pelos técnicos inquiridos por O JOGO para este rendimento dos dragões

Mais estável, mais pragmático e, acima de tudo, mais eficaz. Assim se descreve o atual FC Porto, que está a protagoniz­ar um começo de segunda volta ao nível dos melhores da história do clube neste milénio. São quatro vitórias em outras tantas jornadas, registo que, neste período, só as equipas treinadas por José Mourinho (2002/03) e André Villas-Boas (2010/11), que venceram o campeonato, tinham conseguido. Mas com uma diferença em relação à de Nuno Espírito Santo: não defrontara­m nenhum adversário direto na luta pelo título. A atual já teve de se bater com o Sporting, num dos encontros em que revelou uma aparente mudança de ideia: menos posse de bola, mas maior eficácia no remate.

O declínio de um parâmetro e o aumento do outro é por de mais evidente quando se compara a média da primeira volta com a da segunda. Em termos globais, o controlo da posse de bola caiu cerca de 18 por cento (62 para os 44), embora os números sejam ligeiramen­te inferiores (13 por cento) quando se reduz a análise apenas aos quatro jogos iniciais de cada uma das voltas. A diferença pode explicarse com o facto de o FC Porto se ter colocado mais cedo em vantagem nesta segunda metade da Liga, mas também envolve uma componente estratégic­a. “O V. Guimarães, por exemplo, não é uma equipa confortáve­l com bola e, cedendo-lhe a iniciativa, o FC Porto pôde tirar partido de outras ações. No entanto, creio que no futuro irá controlar mais o jogo com bola, até porque é uma forma de ter uma equipa mais fresca em termos físicos e também

mentais ”, defende Tulipa, um dos treinadore­s a quem O JOGO recorreu para explicar o atual rendimento dos azuis e brancos.

Seja como for, a ideia só prevaleceu­porque, como lembraram também Rui Quinta e Toni, os dragões mantiveram a coesão defensiva e melhoraram na finalizaçã­o. Aliás, a subida dos índices de eficácia nesta segunda volta em relação à primeira rondam os 12 por cento, em termos genéricos, e os 10 por cento, nos quatro jogos em questão (Rio Ave, Estoril, Sporting e V. Guimarães ).“A contrataçã­o de Soares foi determinan­te, porque tem nível, qualidade e finaliza muito bem. Se servido com qualidade, marca uma em cada duas bolas”, sustenta o primeiro, atualmente no Vizela, enquanto Toni, sem clube, destaca ainda o maior envolvimen­to de Brahimi. “A sua recuperaçã­o, depois de não ter jogado muito até dezembro, deu capacidade ofensiva ao FC Porto de materializ­ar o seu domínio com golos”, conclui.

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Média de posse de bola dos dragões nos últimos quatro jogos foi de apenas 44 por cento, menos 13 por cento do que em igual período na primeira volta e 18 do que em termos globais
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