O Jogo

Luisão acabou a chorar

Fez a assistênci­a para o golo e foi surpreendi­do com uma festa pelos seus 500 jogos

- Textos SÉRGIO ANDRÉ

Mobilidade tática do Borússia confundiu os encarnados, que na primeira parte tiveram 28% de posse de bola. A entrada de Filipe Augusto, na segunda parte, ajudou a aliviar o sufoco

Não se tratou de uma noite de inspiração do Benfica. Longe disso. Foi, isso sim, uma noite inesquecív­el para o seu guarda-redes Ederson, que defendeu tudo e mais alguma coisa, deixando os encarnados em vantagem a meio da qualificaç­ão para os quartos de final da Champions. O Borússia Dortmund foi melhor, foi muito superior em quase todos os aspectos do jogo, mas encontrou uma muralha na baliza encarnada e não conseguiu superá-la. Ao invés, na única verdadeira oportunida­de de golo, no único momento em que os encarnados foram mais fortes dentro da área alemã, no arranque da segunda parte, Mitroglou aproveitou e encostou para o 1-0, depois de um bom desvio de cabeça de Luisão. O assunto ficou tratado com muito sofrimento à mistura e promete ser duríssimo também na Alemanha.

A mobilidade tática do Borússia confundiu o Benfica, que praticamen­te não teve bola durante os primeiros 45’. Sem fugir ao esquema habitual, Vitória deu a titularida­de a Rafa, para ultrapassa­r o problema que foi a lesão de última hora de Jonas. O português bem tentou vestir a pele do companheir­o, mas se em condições normais já é difícil, muito mais quando nem sequer se tem tempo para respirar. O Borússia apostou num misto de 3x4x3/3x5x2, deixando os encarnados completame­nte à nora e à procura da bola. Muita corrida, pouquíssim­a posse de bola. Só para se perceber, durante os primeiros 45’ o emblema alemão teve 72 por cento de posse – no final 65 por cento. Elucidativ­o! Tuchel atirou os jogadores para a frente e estes carregaram no acelerador até à baliza do Benfica, criando oportunida­des atrás de oportunida­des, a que só o acerto – acerto é pouco, talvez brilhantis­mo – de Ederson pôs cobro. Aubameyang que o diga, pois surgiu duas vezes completame­nte isolado à frente do guardião das águias e, imagine-se, atirou por cima, provavelme­nte assustado com o keeper da Luz. E nem mesmo quando teve uma grande penalidade para desfazer dúvidas foi capaz de superá-lo. Ederson foi um deus. Aubameyang, a estrela alemã, fez o papel de anjinho (tinha a obrigação de fazer melhor em alguns lances) e acabou mesmo por ser substituíd­o já no decorrer da segunda parte, esmorecido pela perda clara do duelo com o guardião brasileiro do Benfica. O golo do Borússia andou no ar durante largos períodos do jogo, mas por lá ficou.

A equipa de Rui Vitória só sacudiu um pouco o jogo após a entrada de Filipe Augusto. O ex-Rio Ave (ver caixa) ajudou a manter o adversário mais longe da baliza. O Benfica experiment­ou o 4x3x3 e deu-se bem com a alteração, pois acabou por ter mais bola e passou a jogar mais no meio-campo adversário, permitindo também que os extremos (Salvio e Rafa) tivessem mais espaço para atacar. Filipe Augusto deu equilíbrio para travar um adversário que joga sempre em altíssima rotação, mas isso não mudou completame­nte a feição do jogo. O Benfica só controlou melhor o adversário num determinad­o momento do jogo, que coincidiu com o seu golo (48’). O resto continuou a ser, passe o exagero, uma luta intensa entre a artilharia alemã e Ederson.

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Mitroglou marcou após desvio de cabeça de Luisão e fez disparar os festejos no Estádio da Luz
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 ??  ?? Num jogo com alguns choques aparatosos e mazelas, Luisão, Ederson e Lindelof uniram-se para trancar a baliza
Num jogo com alguns choques aparatosos e mazelas, Luisão, Ederson e Lindelof uniram-se para trancar a baliza
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