Jardim despachou Guardiola
Espanhol nunca tinha sido afastado antes das meias-finais
Bernardo Silva fez a assistência para o primeiro golo monegasco
Equipa de Jardim realiza uma primeira parte de sonho e chega a ganhar por 2-0 ao intervalo. Citizens respondem após o descanso e fazem o golo que os apurava, mas o Mónaco não desiste e qualifica-se
bbb Um cabeceamento certeirode Bakayoko valeu ao Mónaco o3-1qu editou o apuramento da equipa de Leonardo Jardim para os quartos de final. É a segunda vez que o treinador português consegue atingir estafase daprova–em 2014/15, eliminara o Arsenal para chegar aos “quartos” – e pelo caminho fica o Manchester City de Pep Guardiola – o espanhol, pela primeira vez na carreira, falha as meias-finais da Champions após quatro presenças com o Barça e três com o Bayern.
Depois do 5-3 em Inglaterra, num dos mais fantásticos desafios da Liga dos Campeões de que há memória, outro grande jogo no Estádio Louis II, embora completamente diferente. Se no Etihad houve uma partida de parada e resposta, ontem, assistiu-se a uns primeiros 45’ em que parecia só existir uma equipa em campo: o Mónaco. Com uma pressão alta impressionante, o conjunto de Jardim asfixiou por completo o City que nem um remate fez.
Foi um verdadeiro banho de bola, sustentado na solidez dos centrais, na alta rotação dos laterais, no poder físico dos médios Fabinho e Bakayoko, na classe de Lemar e Bernardo Silva – uma delícia ver o seu génio à solta –, na inteligência de Germain e na irreverência e velocidade do fenómeno Mbappé (18 anos). E foram necessários apenas oito minutos para chegar o primeiro golo, numa jogada em que Bernardo Silva assistiu Mbappé para um desvio à boca da baliza.
Vulgarizando jogadores da estirpe de David Silva, De Bruyne e Aguero, o Mónaco passou pela primeira vez para
a frente da eliminatória aos 29’. Lemar combina com Mendy que cruza rasteiro para o remate certeiro de Fabinho. Ao descanso, o resultado só pecava por escasso.
Demorou a reagir o City, mas, quando o fez, foi demolidor, como tinha sido o Mónaco anteriormente. A partir dos 50’, começou a acertar as marcações, a ganhar finalmente bolas divididas e aproveitando a menor pressão do rival – seria impossível manter o ritmo da primeira parte – sucederam-se os lances de perigo junto da baliza de Subasic. O croata foi decisivo no adiar do golo doscitizens, nomeadamente duas vezes diante de Aguero, mas nada pôde fazer aos 71’. O guarda-redes ainda defendeu um primeiro remate de Sterling, mas Sané – que antes, isolado, atirara ao lado – surgiu rápido para fazer a recarga vitoriosa.
Os adeptos locais terão temido a repetição do sucedido na primeira mão, quando a vantagem de 3-2 acabou numa derrota por 5-3. Contudo, se em Inglaterra as bolas paradas deram a reviravolta aos ingleses, ontem provaram do mesmo veneno: aos 77’, um livre de Lemar encontrou a cabeça de Bakayoko e Caballero nada pôde fazer. Jardim lançou então Moutinho para segurar a vantagem e, no fim, festejou.