RAFA PARA ACELERAR O TÍTULO
Pode fazer em Alvalade melhor série como titular pelas águias. Velocidade nas transições é arma para derrubar leões
“Com o Sporting, as suas acelerações no espaço podem causar mossa” Henrique Calisto Treinador
Opção inicial frente a FC Porto, Estoril, Moreirense e Marítimo, Rafa ganha peso na estratégia de Rui Vitória pela rapidez que imprime ao jogo. Para Henrique Calisto, só falta maior critério na definição
Transferência mais cara em Portugal, pois custou ao Benfica 16,4 milhões de euros, Rafa sentiu dificuldades para justificar a aposta mas parece agora afirmar-se definitivamente no onze de eleição de Rui Vitória. À beira da melhor série como titular no Benfica – caso seja opção de início frente ao Sporting fará cinco jogos consecutivos –, Rafa tem merecido elogios de Rui Vitória, que destaca como uma das suas principais virtudes o facto de este transformar rapidamente um lance defensivo num lance ofensivo. O também treinador Henrique Calisto compreende esta visão e admite que Rafa acelera como ninguém o jogo dos encarnados. “Tem características diferentes dos outros alas, éo que aceleram ais na condução e no ataque ao espaço. E o Benfica precisa disso em determinados momentos do jogo”, aponta a O JOGO, defendendo que o internacional português será arma importante para desbloquear a defesa do Sporting, num jogo que pode ajudar as águias a desbravar caminho rumo ao tetra. “Se contra equipas fechadas e sem muito espaço pode não ser tão decisivo, contra equipas que deixam mais espaço nas costas é, sem dúvida, o melhor, pois cria grandes desequilíbrios”, diz, reforçando: “O Benfica não vai dominar sistematicamente, vai dominar e ser dominado. E quando o Sporting dominar, as suas acelerações no espaço podem causar mossa.”
Com a época a aproximar-se do fim, o camisola 27, que já jogou quer como extremo quer como avançado, ganhou maior preponderância na estratégia de Rui Vitória e pode repetir em Alvalade uma sequência que não consegue há quase um ano – foi titular em cinco partidas pelo Braga entre 29 de abril e 22 de maio do último ano. Henrique Calisto considera que “se Rui Vitória escolhe Rafa com tanta concorrência é porque o vê como uma peça útil e adaptado a uma nova realidade e exigência”, classificando-o como “um jogador muito importante na transição ofensiva”. “Nenhum dos outros extremos tem essa capacidade”, diz.
“Não joga de costas para a baliza ou é exímio a sair da ‘cabine telefónica’ em finta curta, mas acelera o jogo e com espaço é perigosíssimo”, define Henrique Calisto, deixando, porém, um reparo. “Ao nível de critério no último passe e na finalização tem ainda um caminho a percorrer. É o que lhe falta para dar outro salto qualitativo. Se o fizer tornarse-á num jogador letal e poderá ser muito importante no futuro do Benfica”, antevê.