O Jogo

“Não sabia se ia defender um penálti ou um livre”

Um erro do árbitro Hélder Malheiro, na derrota em Tondela, conduziu à expulsão de Cássio, aos 10 minutos. Rui Vieira saltou do banco para assumir a baliza num momento confuso

- MÓNICA SANTOS

Para o habitual suplente de Cássio, o campeonato começou anteontem, aos 13 minutos do jogo com o Tondela, num momento particular­mente difícil para a equipa, que perdeu, mas não por causa dele

Rui Vieira nem teve tempo para se deixar levar na onda de indignação que varreu o relvadodoJ­oãoCardoso,aos10 minutos do jogo do Rio Ave com o Tondela, quando o árbitro Rui Malheiro puxou do cartão vermelho para Cássio. Para ele, independen­temente da confusão que se gerou, aquele era o sinal de que chegara o momento de entrar em campo – e pela primeira vez, neste campeonato. “Assim que vi o árbitro a puxar o cartão vermelho, levantei-me logo, já sabia que podia entrar. Numa situação destas é o que acontece, uma pessoa está sempre disponível”, explica quem não vacilou. À volta dele, reinava o caos: Cássio fora mal expulso numa simulação

Rui Vieira de grande penalidade de Wagnerqueo­árbitroint­erpretara como uma falta cometida fora da área, num duplo erro: não houve falta, mas o lance foi dentro e custou uma unidade ao Rio Ave, que no minuto anterior sofrera um autogolo de Marcelo, precipitad­o por mais uma bola metida nas costas da defesa. O Rio Ave estava a perder e atordoado. Rui Vieira, 25 anos, manteve-se concentrad­onosprepar­ativospara entrar em jogo. Do lance polémico guardou a impressão que as imagens confirmari­am. “Não me pareceu falta”. A prioridade, porém, foi preparar-se para o que viesse. “No início, fiquei sem saber se ia ser penálti, se ia ser livre... Acabou por ser livre. O míster passou-me confiança total e acabou por ser fácil”, conta. O livre batido por Jaílson passou a barreira do Rio Ave e encontrou o guardarede­s acabadinho de entrar e a recarga (último classifica­do, o Tondela entrara com tudo) foi despachada por um defesa. Embora em inferiorid­ade numérica, percebeu-se, naquele primeiro lance, que havia ali uma promessa de segurança. “É sempre uma situação com a qual temos de estar a contar para, quando entrarmos, estarmos o melhor possível, ajudarmos a equipa sem que esta sinta qualquer tipo de desconfian­ça. Acho que não sentiu”, recorda Rui Vieira, que desta vez foi parte de um jogo emocionant­e e está “preparado” para ajudar o Rio Ave a “dar uma boa resposta” com o Arouca.

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