TIRSENSE DE CABELOS EM PÉ COM DEMORA DO CJ
Emblema de Santo Tirso ainda espera pela decisão do recurso sobre a derrota na secretaria com o Vilarinho e que afastou a equipa da fase de subida da Divisão de Elite
Clube quer reunir-se com oito clubes para discutir o artigo 103.07, norma que desencadeou o braço de ferro com a AF Porto, e para tentar impor prazos de decisão ao Conselho de Justiça
Mais uma semana que passou e o Tirsense continua sem conhecer a decisão do Conselho de Justiça (CJ) da AF Porto ao recurso apresentado, a 14 de março, contestando a derrota na secretaria, imposta pelo Conselho de Disciplina, na partida frente ao Vilarinho, por não ter apresentado três jogadores nascidos em 1996 na ficha de jogo, e que custou, para além dos três pontos, a ida à fase de subida da Divisão de Elite.
O emblema de Santo Tirso estava esperançado que o CJ decidisse na reunião da passada quinta-feira, o que não aconteceu e que está a pôr os cabelos em pé dos jesuítas. “Depois da reunião que tivemos a 30 de março com a AF Porto, em que, entre outras coisas, pedimos mais celeridade ao CJ, embora haja separação de poderes entre a Direção e o CJ, o vice-presidente da AF Porto mostrou-se sensibilizado. O que é certo é que ainda não há decisão e, o que está aqui em causa, é apenas uma interpretação da norma, pois não é necessário ouvir testemunhas”, atirou Manuel Mirra, advogado da JPAB, empresa encarregada da defesa do Tirsense. Agastado com a demora, o clube admite avançar com outras medidas. “Queremos reunir-nos com os oito clubes que assinaram o recurso para o CJ sobre o boicote dos jogos do Canelas para discutirmos o artigo 103.07 [norma que o Tirsense não cumpriu] e para debatermos a imposição de prazos na justiça desportiva. O CJ devia ter um prazo para decidir e é uma vergonha que ainda não haja decisão. No próximo jogo em casa vamos, também, distribuir uma brochura aos sócios a explicar o que está aqui em causa”, adiantou. Caso a demora persista, o Tirsense admite, até, fechar as portas do Estádio. “Este impasse desanima a própria equipa. Temos tido muito menos assistência e estamos a ponderar seriamente jogar à porta fechada. Queremos endurecer a luta e projetá-la para uma discussão nacional”, revelou, voltando a colocar em cima da mesa a hipótese de uma manifestação à porta da AF Porto, que estava programada aquando da reunião
“Queremos endurecer a luta e projetá-la para uma discussão nacional. É uma vergonha que ainda não haja decisão”
com o órgão, mas que foi cancelada à última da hora.
Sabendo que o chumbo do recurso é o cenário mais provável, tal como O JOGO já noticiou, Manuel Mirra lamenta que o CJ esteja a condicionar uma ida para a justiça civil. “Isto também faz atrasar uma decisão da justiça civil mas, como já disse, não queremos ter razão daqui a cinco ou dez anos”, afirmou.
Manuel Mirra Advogado da JPAB