RED DEVILS APAGAM ESTRELA DOS BLUES
Herrera e Rashford brilham em triunfo categórico do Manchester United ante o Chelsea que reaviva a luta do título
Quase seis anos depois, Old Trafford voltou a assistir a umavitória(2-0)doManchester United sobre Chelsea, com um significado acrescido por se tratar de um adversário líder da liga, com um histórico de sucessos muito ligado a Mourinho e perante o qual os red devils tinham sofrido dois desaires dolorosos esta época. A persistência do treinador português na estratégia (um 3x5x2, com Herrera a vigiar Hazard) do jogo da FA Cup provou o acerto como antídoto para o 3x4x3 de Conte. Os red devils controlaram esta partida do princípio ao fim. Continua viável a obtenção de um lugar no top 4 para os red devils, enquanto se reanima a luta pelo título, com apenas quatro pontos a separar o Chelsea do Tottenham.
Os red devils conseguiram bem mais do que extinguir a (enorme) influência de Hazard. Foram sempre mais rápidos sobre o esférico, conquistando invariavelmente as segundas bolas, fizeram a circulação com qualidade e exploraram a velocidade de Lingard e Rashford – Ibrahimovic só entrou perto do fim
“Foi um jogo perfeito”, avaliaria depois Herrera, talvez o principal artífice do êxito. Foi ele a conquistar a bola (com uma mão involuntária) e a fazer um lançamento perfeito para Rashford bater em corrida David Luiz e inaugurar o marcador, logo aos 7’. Ao contrário do que se poderia esperar, o Chelsea não conseguiu reagir – parecendo, estranhamente, a equipa mais cansada, sufocada por um meio-campo pressionante, a impor também o poder físico – Fellaini em bom plano. À meia hora de jogo, a posse de bola do United rondava os 65%, apesar do golo mais madrugador da época. Rashford era um diabo à solta e só faltou a Young calibrar melhor os remates.
Conte teria de encontrar novas dinâmicas para inverter os acontecimentos na segunda parte, mas voltou a ser o United a entrar a todo o gás e a ser premiado com o 2-0, aos 50’, Uma insistência deYoungpe la esquerda, concluída por Herrera, beneficiando de um desvio em Zouma para trair Begovic (os dois homens dos blues que não estavam inicialmente nos planos). Só na meia hora final, com Fàbregas e Willian – a que Mou respondeu com a troca de Lingard por Carrick – o Chelsea se aproximou com perigo da baliza de De Gea, mas sem efetuar um único remate enquadrado – inédito na era Conte. Em gesto de devoção. Mourinho apontou para o emblema do United no seu casaco. Podem continuar a chamar-lhe Judas.