O Jogo

RED DEVILS APAGAM ESTRELA DOS BLUES

Herrera e Rashford brilham em triunfo categórico do Manchester United ante o Chelsea que reaviva a luta do título

- CARLOS ALBERTO FERNANDES

Quase seis anos depois, Old Trafford voltou a assistir a umavitória(2-0)doManchest­er United sobre Chelsea, com um significad­o acrescido por se tratar de um adversário líder da liga, com um histórico de sucessos muito ligado a Mourinho e perante o qual os red devils tinham sofrido dois desaires dolorosos esta época. A persistênc­ia do treinador português na estratégia (um 3x5x2, com Herrera a vigiar Hazard) do jogo da FA Cup provou o acerto como antídoto para o 3x4x3 de Conte. Os red devils controlara­m esta partida do princípio ao fim. Continua viável a obtenção de um lugar no top 4 para os red devils, enquanto se reanima a luta pelo título, com apenas quatro pontos a separar o Chelsea do Tottenham.

Os red devils conseguira­m bem mais do que extinguir a (enorme) influência de Hazard. Foram sempre mais rápidos sobre o esférico, conquistan­do invariavel­mente as segundas bolas, fizeram a circulação com qualidade e exploraram a velocidade de Lingard e Rashford – Ibrahimovi­c só entrou perto do fim

“Foi um jogo perfeito”, avaliaria depois Herrera, talvez o principal artífice do êxito. Foi ele a conquistar a bola (com uma mão involuntár­ia) e a fazer um lançamento perfeito para Rashford bater em corrida David Luiz e inaugurar o marcador, logo aos 7’. Ao contrário do que se poderia esperar, o Chelsea não conseguiu reagir – parecendo, estranhame­nte, a equipa mais cansada, sufocada por um meio-campo pressionan­te, a impor também o poder físico – Fellaini em bom plano. À meia hora de jogo, a posse de bola do United rondava os 65%, apesar do golo mais madrugador da época. Rashford era um diabo à solta e só faltou a Young calibrar melhor os remates.

Conte teria de encontrar novas dinâmicas para inverter os acontecime­ntos na segunda parte, mas voltou a ser o United a entrar a todo o gás e a ser premiado com o 2-0, aos 50’, Uma insistênci­a deYoungpe la esquerda, concluída por Herrera, benefician­do de um desvio em Zouma para trair Begovic (os dois homens dos blues que não estavam inicialmen­te nos planos). Só na meia hora final, com Fàbregas e Willian – a que Mou respondeu com a troca de Lingard por Carrick – o Chelsea se aproximou com perigo da baliza de De Gea, mas sem efetuar um único remate enquadrado – inédito na era Conte. Em gesto de devoção. Mourinho apontou para o emblema do United no seu casaco. Podem continuar a chamar-lhe Judas.

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Ander Herrera, à esquerda, apontou o segundo golo do jogo e foi considerad­o o melhor em campo

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