“ENCONTREI A FELICIDADE DE JOGAR”
DIEGO SOUZA A desfrutar de fase especial no Sport, antigo médio do Benfica e agora goleador no Brasil é opção no ataque “acima da média” da seleção canarinha
Artilheiro da edição passada do campeonato brasileiro, com 14 golos, avançado de 31 anos esteve nas duas últimas convocatórias de Tite, mas admite que podia ter chegado mais longe na carreira
Diego Souza passou pelo Benfica aos 22 anos, mas nem sequer fez uma partida oficial. Frustrado, deixou o futebol português para regressar ao Brasil. Representou Grémio, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Vasco da Gama e hoje, aos 31 anos,éa maior referência do Sport Recife, tendo sido o artilheiro da última edição do campeonato brasileiro, com 14 golos. Era médio, agora é avançado. Avançado, aliás, da seleção brasileira. Acreditava que, aos 31 anos, teria a chance de regressar à seleção? Ainda mais em outra função... —Tinha na cabeça a ideia de apenas desfrutar do futebol. Jogar à bola, jogar bem e trabalhar com alegria. Isso fez com que eu conseguisse ser artilheiro do campeonato brasileiro, fazer bons jogos... Tudo isso despertou interesse no Ti te. Felizmente, estive presente nas duas últimasconvocatórias, e espero estar nas próximas também. ComoéoDieg oS ouza avançado e goleador? —Estou muito feliz, tenho jogado no ataque há já algum tempo. Amadureci muito e, com isso, cresci na nova função. Se, aos 21 anos, eu pensasse da forma como penso hoje... Sem dúvida nenhuma, teria chegado muito mais longe na carreira. A experiência tem sido fundamental para tudo o que tenho conquistado. Entre outros, luta por uma vaga na seleção com Gabriel Jesus que, aos 20 anos, começou com tudo no Manchester City onde era titular até se lesionar... —Um joga e o outro não. Faz parte. Na verdade, brigo por uma vaga com outros grandes jogadores. Há o Neymar, o Jesus, o Coutinho, o Firmino, o Douglas Costa, o Dudu, o Willian... Tite está muito bem servido. Não é uma disputa apenas com o Gabriel Jesus, que é um craque. Chegou para ficar. Hoje, quando alguém pensa em camisola nove, pensa no Jesus. O mais importante é fazer parte do grupo. É muito bom ser um dos 23 convocados numa seleção temida mundialmente. No Brasil surge um novo grande talento praticamente a cada dia que passa... Estar dentro do bolo dos melhores é fantástico, é muito gratificante. O grande momento da seleção, que já está qualificada para o Mundial’2018, coincide com a sua grande fase. Melhor é impossível? —Sim, é um facto! O Tite é fantástico, arrumou a seleção. A equipa tem equilíbrio para jogar e fazer golos e, ao mesmo tempo, defender muito bem.
“Tite arrumou a seleção. É um treinador que tem nas mãos uma geração com jogadores muito acima da média” Diego Souza Avançado do Sport Recife
É um treinador que tem nas mãos uma geração com jogadores muito acima da média. Quando você arruma bem uma equipa, a qualidade individual sobressai. Isso tem feito a diferença. Demorou para encontrar a estabilidade num clube. Encontrou isso no Sport. Qual a sensação? —Encontrei a felicidade de jogar futebol, hoje desfruto muito mais. Fui bem recebido e assim pude pensar apenas numa coisa: jogar à bola. Estou bem tranquilo para fazer bem o papel de ajudar da melhorar maneira possível o Sport. O que é que o Sport tem de tão especial? —Sinto-me em casa. Depositam em mim uma confiança muito grande. E gosto desta responsabilidade. Repito: jogo hoje com felicidade. O Sport não está entre os clubes mais badalados do Brasil. Deixa a desejar em algum aspecto? —OSporthojenãoperdenada para ninguém. Estrutura, salário, organização, equipa. Hoje, o futebol é encaixar uma boa equipa. O nosso clube tem adificuldadedeteroorçamento que os outros grandes têm. Infelizmente, o futebol brasileiro tem estas diferenças. Mas, a cada dia que passa, temos chegado mais próximo dos considerados favoritos. Dá para sonhar com um grande título este ano? —Prefiro deixar para jogar o jogo. As competições no Brasil são difíceis, mas o Sport, sem dúvida, brigará no mínimo por uma vaga na Taça Libertadores do próximo ano.