A revolta de Nuno
“Eu estava lá: castigo a Brahimi é absurdo” “Árbitro impediu-nos de jogar o que podíamos em Braga”
Com o recurso ontem apresentado, o treinador espera que seja reposta a justiça. Críticas ainda à arbitragem de Hugo Miguel em Braga pela “dualidade de critérios e faltas graves não punidas”
Nuno Espírito Santo está revoltado com o castigo de dois jogos aplicados pelo Conselho de Disciplina a Brahimi, na sequência da expulsão em Braga, já depois de ter sido substituído. Na conferência de Imprensa de antevisão do encontro com o Feirense, o treinador portista clamou por justiça para o seu jogador que, garantiu, nada fez para merecer a expulsão e muito menos a suspensão de dois jogos. Na prática, Nuno perdeu a paciência depois de um período em que procurou evitar falar de arbitragens. “Há coisas que são difíceis de explicar. Nós enquanto clube e eu particularmente há um tempo a esta parte venho dizendo que é preciso colaborar, ser paciente e perspetivar sempre que árbitros tenham um bom desempenho e sejam justos. Agora, é muito difícil de explicar aos meus jogadores – e muito complicado de o fazer aos adeptos – o que aconteceu em Braga. Não tem explicação, nem defesa possível”, começou por dizer.
Mantendo sempre um tom sereno, mas sem esconder o desalento pelo sucedido, Nuno Espírito Santo espera que o recurso que o FC Porto apresentou ontem junto do Conselho de Disciplina ajude a repor a justiça. Sem efeitos práticos para a receção ao Feirense, os dragões esperam que a análise aos argumentos apresentados seja célere de forma a que o castigo seja reduzido ou anulado e Brahimi possa ser utilizado contra o Chaves, na jornada 31. “Fomos vítimas claras de uma injustiça. Eu estava lá, no banco, e sei o que se passou. E não se passou nada que justificasse a expulsão do Brahimi e este castigo de dois jogos. É um absurdo. Como é sabido, o clube recorreu e espero que seja feita justiça nesse recurso. Estamos solidários com o jogador que foi injusti- çado e não merecia sofrer o castigo de estar indisponível dois jogos. Queremos que seja reposta a verdade porque não se passou nada que se adequasse à expulsão”, sublinhou.
Mas Nuno Espírito Santo não criticou apenas Tiago Antunes, o quarto árbitro da partida em Braga e “responsável” pela expulsão de Brahimi. Hugo Miguel, o chefe da equipa de arbitragem, também não foi poupado devido à “dualidade de critérios” e às “inúmeras faltas duras que não foram sancionadas”. Na opinião do treinador portista essa postura do árbitro “impossibilitou” o FC Porto de chegar à vitória. “O que me preocupou, como técnico, foram as inúmeras faltas que o nosso adversário fez e que con-
dicionaram o nosso jogo, e também a dualidade de critérios. Não foi um bom trabalho, não foi justo e impossibilitou o FC Porto de praticar o futebol que podia e de conseguir a vitória. Vamos debruçar-nos nisso e esperar que tudo seja normal. O que peço, de uma forma muito direta, é que sejam justos. Os jogadores do FC Porto têm sido vítimas constantes de faltas graves que não estão a ser punidas e que nos condicionam”, referiu. Por isso, reforça o sentimento de injustiça. “É difícil pedir que o nosso foco seja apenas e só no jogo e que sejamos capazes de nos abstrair de tudo o que se passa em redor. É difícil explicar eé preciso que seja feita justiça rapidamente.”
“Fomos vítimas claras de uma injustiça, eu estava lá, no banco, e sei o que se passou. E não se passou nada que justificasse a expulsão do Brahimi e este castigo de dois jogos” “Queremos que seja reposta a verdade “
“Há três cenários possíveis: um que permitirá sermos líderes, um que permitirá estar a um ponto e outro que será manter a distância” “Não foi um bom trabalho [de Hugo Miguel], não foi justo e impossibilitou o FC Porto de praticar o futebol que podia e de conseguir a vitória”