O Jogo

“Gosto pouco de show-off”

O treinador encarnado negou a hipótese, aberta por Jesus, de um cumpriment­o entre os técnicos no final do jogo, pois não esquece as farpas lançadas pelo homólogo no passado

- MARCO GONÇALVES

Ambicioso, refutou as críticas dos leões, que veem o Benfica a jogar “à equipa pequena”, ao lembrar o dérbi disputado há duas épocas em Alvalade (1-1), então com Jesus do lado benfiquist­a

Confiante e convicto, e numa conferênci­a em que até deu dois murros na mesa, Rui Vitória promete uma equipa sem distrações. Jorge Jesus disse que dependendo das circunstân­cias do jogo admite no final cumpriment­á-lo. Admite, da sua parte, cumpriment­ar Jesus? —Gosto pouco de falar de coisas que não ouvi. Estive a preparar o jogo e a equipa adversária, não a conferênci­a do adversário. Mas quero deixar bem clara a minha visão, os contextos podem mudar, os valores para mim não mudam. Este ano estamos mais próximos do FC Porto e não é por isso que eu e o treinador do FC Porto não nos cumpriment­ámos. Os contextos podem mudar, os valores e os princípios não. Gosto pouco de show-off, não sou nada dado a isso. Para mim é assunto encerrado [fecha a frase com um murro na mesa]. O Sporting, e ontem Manuel Fernandes voltou a apontá-lo, diz que o Benfica jogou como equipa pequena nos últimos dois dérbis, que venceu. Concorda ou é estratégia para o influencia­r? —Manuel Fernandes foi um grande ponta de lança. Fico por aí. Nada me desfoca nem aos meus jogadores. Se calhar estava a lembrar-se do jogo de há dois anos [orientado por Jesus, o Benfica empatou 1-1 em Alvalade em 2014/15]. Todas as equipas querem estar na nossa posição. Agora, há uma preocupaçã­o clara, e isso sentimos, em querer derrotar o líder. Mas também vos digo [volta a bater na mesa] que estamos cada vez mais juntos, os laços estão cada vez mais próximos. Esta união e coesão estão sempre presentes. Nada nos desfoca e distrai. A energia que tenho é para dedicar ao que quero, não me desgasto com coisas que não interessam. Espera um rival com motivação extra para complicar as contas do título ao Benfica? —Isso é redutor para o Sporting, que tem um valor alto. Recheou-se de belíssimos jogadores no início do ano, vindos de ligas de grande exigência competitiv­a. O Sporting tem qualidade e vai ser um jogo difícil para as duas equipas, ambas sabem que do outro lado há valores que podem decidir e que qualquer uma pode ganhar. O Sporting vai querer lutar para somar três pontos e subir na tabela, nós queremos lutar pelos três pontos, vamos querer muito ganhar, continuar nesta posição e cimentá-la. Como viveu a equipa a semana antes de um jogo que pode ser decisivo? —Quando entramos na nossa caixa-forte, focamo-nos, trabalhamo­s e dedicamo-nos o melhor possível, antes de irmos para junto das nossas fa- mílias, para sermos pessoas equilibrad­as. Tudo tem sido normal. Este jogo é mais mediático, mas o trabalho foi o que tínhamos planeado e os jogadores demonstrar­am a convicção, ambição, determinaç­ão e concentraç­ão fundamenta­is nestas semanas de trabalho.

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