A CANTIGA DO EUROPEU
CONTENÇÃO Recordando como Portugal triunfou em França, o selecionador põe gelo nas expectativas no início da Taça das Confederações
“Somos apenas candidatos a ganhar as provas que disputamos”, afirmou e repetiu, ontem, Fernando Santos, falando ainda em obrigação, mas travando o favoritismo que se atira para cima da Seleção
Portugal entra, hoje à tarde, em ação na Taça das Confederações, perante o México, e pretende fazê-lo com o pé direito, recorrendo ao plano de ambição bem medida que o inspirou e lhe serviu de guia no Europeu conquistado há um ano em França. “Candidato, sim; favorito, não”, proclamou, ontem, o selecionador lusitano, na sala de Imprensa do Arena Kazan, onde compareceu rigorosamente à hora definida pelo programa da FIFA (16h30, menos duas em território lusitano), tendo aproveitado para dar os “parabéns ao povo russo”. “Convivo bem com as expectativas. Somos apenas candidatos a vencer as provas que disputamos. Foi isso que fizemos no Europeu. Interessa-me é que a equipa tenha o foco total, isso é que para mim é central”, enfatizou Fernando Santos driblando as expectativas que o estatuto da equipa das Quinas poderá suscitar nos adeptos.
“Quando se joga com a camisola do país, a obrigação é enorme. Não nos causa preocupação, todos os jogadores, da nossa equipa e das outras, jogam sob grande pressão, porque disputam as melhores provas. Não há aqui nada de novo”, exteriorizou o treinador, reforçando as palavras proferidas minutos antes por Rui Patrício, também perante os jornalistas, na antevisão da partida com os mexicanos. “Grandes favoritos, nós? Queremos ganhar todos os jogos. Se for possível fazê-lo jogando bem, melhor. Se não for, o importante é vencer. Teremos um jogo fantástico entre duas grandes seleções”, declarou o guardião. “É uma prova diferente, mas estamos cá para
“Interessa-me é que a equipa tenha o foco total. Isso é central” Fernando Santos Selecionador de Portugal
“Se for possível ganhar jogando bem, melhor. Importante é vencer” Rui Patrício Jogador de Portugal
desfrutar ao máximo e vencer”, acrescentou o número um de Portugal.
O passado vale o que vale – e Fernando Santos será o primeiro a salientá-lo na mensagem que tem passado na preparação deste torneio –, mas tem algo para contar e diz-nos que Portugal nunca perdeu frente ao México. Dos três encontros realizados – apenas um de carácter oficial –, a equipa das Quinas ganhou dois e empatou um. O primeiro dos confrontos, precisamente aquele que se saldou numa igualdade (e sem golos), aconteceu a 6 de abril de 1969, no Estádio Nacional, em Oeiras. Volvidos 37 anos, a 21 de junho de 2006, na Alemanha,
por ocasião do Mundial, portugueses e mexicanos reencontraram-se, com os primeiros a levaram a melhor por um golo de diferença: 2-1, com Simão e Maniche a faturarem pelos vencedores e Kikin Fonseca a marcar pelos vencidos. A memória mais recente de um duelo entre estas duas nações remonta a junho de 2014, no contexto de preparação para o campeonato do mundo do Brasil. As duas seleções mediram forças num particular realizado nos Estados Unidos, cabendo a Bruno Alves o papel de protagonista, cabeceando para as redes quando estava esgotado o tempo regulamentar e já se jogava o terceiro minuto de compensação (1-0).