Atrasar saídas pode ser prejudicial
A tentação de esperar por uma venda mais elevada pode afetar a capacidade de repor as perdas
Em 2015/16, as negociações em torno de João Mário e Slimani arrastaram-se e as saídas dos atletas do Sporting para Inter e Leicester, por 40 e 30 milhões de euros, respetivamente, foram acertadas perto do fecho do mercado. Para Rui Oliveira, adiar as transferências dos jogadores mais cobiçados “pode prejudicar quem está aflito e tem de vender”, embora aconteça o mesmo “com quem compra”, situação que poderá “inflacionar o valor de um jogador”. As saídas tardias criam ainda um outro problema aos vendedores que não estão precavidos: a dificuldade de encontrar substitutos. Aliás, há mesmo casosemqueessasubstituição se torna impossível, como sucedeu na época de 2012/13, quando o Benfica e o FC Porto perderam, respetivamente, Witsel e Hulk para o Zenit. Esta época, nos casos de André SilvaouRúbenSemedo,transferidos antes da Taça das Confederações e Europeu de sub21, é relativo falar-se numa eventual valorização caso as vendas ficassem em stand-by. “Já saíram por valores muito bons e que, na minha opinião, se adequam ao real valor dos jogadores”, diz o consultor Rui Oliveira, lembrando que apesar do trabalho de scouting estar cada vez mais enraizado, há quem só se interesse à última hora. “Ainda há quem não faça um trabalho atempado de observação e ligue só às notícias de jornais, ou só avance depois de uma grande exibição numa destas competições”, destaca.