MUDANÇA RADICAL COM O TEMPO ÚTIL
REGRAS FIFA apresentou um documento que avança várias alterações: a eventualmente mais polémica propõe jogos cronometrados de 60 minutos
Ninguém que goste de futebol deixará de concordar que os jogos ganhariam com menos paragens e tempos mortos. Mas a proposta em cima da mesa pode alongar as partidas para duas horas ou mais
A FIFA e o Internacional Board (IFAB) apresentaram um documento, denominado “PlayFa ir ”, comum a estratégia eváriaspr opostas de alterações às Leis do Jogo. Oobjet ivo ass um idoéo de melhorar o comportamento dos jogadores, aumentar o respeito e o tempo de jogo e, ainda, a atratividade do futebol.
A mudança mais radical apresentada pretende que a duração dos desafios passe dos atuais 90 minutos para 60’ de tempo útil cronometrado, com o relógio a parar sempre que a bola não estiver em jogo. Considerando que o Rússia-Nova Zelândia, da jornada inaugural da Taça das Confederações, teve 47’ de tempo útil, esta mudança pode revelar-se bastante complicada.
O JOGO ouviu (ver inquérito ao lado) um ex-árbitro, Jorge Coroado, um treinador, António Conceição, e um exjogador, Silas, sobre esta e outras das propostas em cima da mesa e, embora concordando no essencial – que é importante melhorar a qualidade do espetáculo e o tempo de jogo efetivo –, todos consideram que jogar 60 minutos úteis pode revelar-se um sério problema. Um problema pela duração total dos desafios, mas sobretudo pelas questões de esforço físico que isso acarretaria.
Contudo, David Elleray, exárbitro internacional inglês e diretor técnico do IFAB, considera que este é “um bom ponto de partida para melhorar o futebol”, explicando à Sky Sports: “As pessoas vão encontrar razões para não fazermos tais alterações, mas queremos apenas explorar ideias. Algumas das mais radicais podem mesmo demorar anos, mas podem ser testadas em níveis diferentes.”
Falando especificamente sobre o tempo de jogo, Elleray assumiu: “É uma mudança extrema, mas noutros desportos joga-se com tempo cronometrado. Acontece frequentemente, no final dos jogos, os jogadores e equipas desperdiçarem tempo, porque estão em vantagem e querem vencer de qualquer forma. É uma mudança que pode acontecer gradualmente.”
Todas estas propostas serão estudadas com maior profundidade nos próximos meses, antes de serem apresentadas no encontro anual do IFAB, em março, que decidirá depois quais delas podem vir a ser testadas em jogos.