Choque anulou a tensão
Ainda Miguel Leal era o treinador e já Carlos Santos avisava que o Benfica não ia ter vida fácil. Mudança no banco culminou num triunfo surpresa que pode ajudar a virar a página
O central foi com os axadrezados do Campeonato de Portugal à I Liga e analisou a atualidade do clube. Carlos Santos acredita que o problema era, acima de tudo, mental e elogiou Rossi e Sparagna
A conversa de O JOGO com Carlos Santos começou na semana passada, pouco antes da saída de Miguel Leal do Boavista. A mudança trocou as voltas à agenda, mas o central de 28 anos parecia que já adivinhava o que acabou por acontecer no sábado. “O Benfica não tem tido vida fácil no Bessa, os jogadores vão entrar pressionados, mas um bom resultado pode dar confiança para darem a volta”, avisara Carlos Santos. O defesa passou cinco épocas no Boavista e foi com o clube do Campeonato de Portugal até à I Liga. O vínculo terminou em junho, mas o central, recém-chegado ao Salgueiros, continua a acompanhar de perto os axadrezados. “Fui ao Bessa ver o jogo. O Boavista entrou muito nervoso e o jogo parecia que estava controlado pelo Benfica. Mas, depois do intervalo, o Boavista soltou-se, o bloqueio mental da primeira parte tinha passado talvez por algo que o Jorge Simão transmitiu”, comentou Carlos Santos. “A esta equipa faltava apenas confiança”, concluiu.
Depois deste triunfo, o defesa crê que o Boavista “pode entrar numa série positiva”, mas
Carlos Santos ressalva que é preciso tempo para “os jogadores assimilarem as novas ideias do treinador”, numa situação que CarlostambémviveunoBoavista: “Há um libertar de tensão. O treinador que é substituído já tem o onze dele, com o novo começa tudo do zero, os jogadores que não estão a jogar queremmostrarquemerecem e os que estão a jogar não querem perder o lugar.”
Com elogios para Vagner e Rochinha, “que se têm destacado mais”, Carlos também aprovouumadupladecentrais que se complementa. “O Rossi é muito forte no ar e no um contra um. O Sparagna é totalmente diferente, muito bom tecnicamente, mas não é tão fortenoconfrontofísico”,analisou o central, que viveu um defeso azarado: o Aris Limassol, de Chipre, apresentou-lhe um contrato diferente do que prometera e Carlos Santos vai atuar no Salgueiros até que surja nova oportunidade.
“Faltava apenas confiança. Podem entrar numa série positiva”
Ex-jogador do Boavista