O Jogo

NUNCA JJ CARREGOUTA­NTO

CONSEQUÊNC­IA Treinador tem obrigado os onze mais utilizados a maratona, da qual sete jogadores saíram vítimas de mazelas físicas

- DUARTE TORNESI

A taxa de utilização dos habituais titulares é mais alta que a das duas épocas anteriores e causou mossa nos titulares Coates, Acuña, Dost (dispensado­s das seleções), Piccini, Coentrão, Mathieu e William

Piccini, Coates, Mathieu, Fábio Coentrão, William Carvalho, Acuña e Dost: é esta a lista de jogadores a contas com lesões musculares que representa uma dor de cabeça para Jorge Jesus, minimizada, contudo, pela paragem para os compromiss­os das seleções. Na tranquilid­ade da Academia, os sete lesionados – Coates, Acuña e Dost foram dispensado­s das respetivas equipas nacionais – vão tentar recuperar para o duelo da Taça de Portugal frente ao Famalicão, marcado para o próximo dia 16, e dar sequência a uma maratona para a qual foram eleitos pelo treinador verde e branco. “O cansaço é secundário. Temos de estar preparados para lidar com ele e queremos estar na Europa”, disse o comandante verde e branco antes da receção ao Braga, onde viu Acuña e Dost juntarem-se à lista de lesionados.

Determinad­o a manter-se vivo em todas as competiçõe­s em que está inserido, Jorge Jesus tem puxado o seu onze mais utilizado até à exaustão, com consequênc­ias nefastas a fazerem-se sentir na taxa de ocupação do departamen­to médico, como nunca o tinha feito desde a sua chegada a Alvalade. Esta temporada, onze jogadoresc­ommaistemp­oem campo somam um total absoluto de 14 803 minutos (ver quadro), contra os 11 570’ de 2016/2017 e os 12 083’ de 2015/16 em período homólogo, sendo que o fosso podia ser ainda maior caso Piccini, Mathieu, William e Coentrão não tivessem falhado os dois últimos jogos – Juventus e Braga – devido a problemas físicos.

Estes números podem ser explicados sobretudo pela má experiênci­a do técnico em termos de gestão do plantel na temporada transata. Em 2017/18, Jorge Jesus tem assumido que os duelos da Liga dos Campeões, sobretudo frente ao Barcelona e à Juventus, têm obrigado a uma intensidad­e à qual os jogadores não estão habituados, mas, ao contrário do que fez em 2016/2017, não tem feito uma gestão física no

campeonato, sob pena de compromete­r as aspirações ao título: na última época poupou pelo menos três titulares na Liga após os primeiros três jogos da Champions e somou uma derrota (Rio Ave) e dois empates (V. Guimarães e Tondela). Todavia, as contas acabam por ser ingratas para o técnico, que, além de todas as lesões supra citadas, está a quatro pontos do líder FC Por tona Liga e com as contas do apuramento para os oitavos de final da liga milionária bem complicada­s.

As diferenças entre a taxa de utilização da atual temporada e a de estreia no emblema de Alvalade também encontram explicação nas competiçõe­s europeias. À época, já depois de ter sofrido uma dolorosa eliminação no play-off de acesso à Champions, diante do CSKA Moscovo, Jorge Jesus aproveitou a Liga Europa para dar minutos a jogadores menos utilizados e a jovens promissore­s, como Gelson Martins, Matheus Pereira, Tobias Figueiredo, Carlos Mané ou Bruno Paulista.

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